O ex-ministro da Defesa Nacional e atual titular da pasta dos Negócios Estrangeiros (MNE) «demorou seis meses a enviar à Procuradora-Geral da República (PGR) a auditoria da Inspeção-Geral de Defesa Nacional que identificou várias irregularidades na contratação pública para as obras de requalificação do antigo Hospital Militar de Belém (HMB), em março de 2020, cujo custo derrapou para o triplo de 750 mil euros para 3,2 milhões), e que apontava o ex-Diretor-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), Alberto Coelho, como o principal suspeito», noticiou o Diário de Notícias.
Recorde-se que, em julho de 2021, o Nascer do SOL avançou que a requalificação do antigo Hospital Militar de Belém, que estava orçada em 700 mil euros, teria custado ao erário público 3,4 milhões. «Os custos desta obra foram classificados como confidenciais. Entendemos que por se tratar de uma obra pública e da utilização de dinheiro público não há razão para este documento ser tratado como confidencial nem há legislação de suporte para essa matéria», afirmou o deputado social-democrata Carlos Eduardo Reis numa audição regimental na Comissão de Defesa Nacional.
«Aquilo que foi classificado como confidencial não é essa informação, mas antes o relatório elaborado sobre a execução dos contratos», contrapôs João Gomes Cravinho. Mas o próprio ministro da Defesa, reconhecendo os «desvios em relação àquilo que estava orçamentado», solicitou à Inspeção-Geral da Defesa Nacional (IGDN) «que inspecionasse todos os elementos». Cravinho salientou que aguardaria pela análise do Tribunal de Contas (Tdc).
Para parte da Oposição, a começar pelo Chega, que requereu a audição do ministro em sede de comissão parlamentar, João Gomes Cravinho não tem condições para continuar no Governo.