Durante os duros bombardeamentos russos contra a infraestrutura elétrica da Ucrânia, uma defesa aérea ucraniana direcionou-se para território bielorrusso, queixou-se esta sexta-feira o regime de Alexander Lukashenko, que anunciou ter abatido o míssil. O incidente terá decorrido no dia anterior, durante uma das mais duras vagas de bombardeamentos russos, levando a que o regime bielorrusso, o mais próximo aliado de Vladimir Putin, convocasse o embaixador ucraniano.
Minsk exigiu uma investigação detalhada ao que se sucedeu com o míssil ucraniano, que seria um S-300, uma velha defesa aérea de fabrico soviético, cujo uso pela Ucrânia tem sido crucial para travar a invasão russa. Kirill Kazantsev, um oficial das Forças Armadas bielorrussas, citado pela BBC, explicou que o seu Governo estava a considerar dois possíveis cenários. "O primeiro é um lançamento acidental do míssil de defesa aérea devido ao baixo nível de treino da equipe técnica ou mau funcionamento do míssil", declarou. "O segundo é uma provocação deliberada pelos militares ucranianos".
Já o Governo Kiev assegurou estar aberto uma investigação, mostrando-se disposto a convidar peritos estrangeiros. Mas lembrou que tem "o direito incondicional de defender e proteger os seus próprios céus", descreveu o ministério da Defesa em comunicado. Da última vez que um S-300 disparado da Ucrânia atingiu outro país, fazendo dois mortos na Polónia, analistas apontaram que incidentes do género provavelmente se repetiriam, dado os continuados ataques aéreos russos e as tentativas ucranianas de os bloquear.