António Lobo Xavier e Miguel Morais Leitão vão coordenar o novo programa do CDS-PP, que será elaborado pelo gabinete de apoio estratégico e programático do partido com vista a «atualizar, modernizar e refundar a ação política do CDS-PP face dos novos desafios da sociedade portuguesa e será a base das propostas políticas do partido nos próximos atos eleitorais».
Recorde-se que António Lobo Xavier trabalhou como deputado à Assembleia da República em 1983, 1985, 1987, 1991 e 1995 e chegou a disputar em 1992 a liderança do CDS com Basílio Horta e Manuel Monteiro, mas perdeu. No início deste ano, quando o CDS deixou de ter representação parlamentar, disse apenas que a culpa era «obviamente dos dirigentes» e que «um partido que perde os seus lugares no Parlamento» deve pensar que é «difícil voltar».
Já Miguel Morais Leitão foi secretário de Estado do Tesouro e das Finanças no Governo de Santana Lopes e secretário de Estado Adjunto do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, em 2013-2015.
Este programa, que irá ser discutido com as bases, será aprovado num congresso nacional refundador do CDS-PP, a realizar durante o ano de 2023.
Ao todo, irá ter 17 áreas de intervenção e irá contar com o contributo de ex-dirigentes e de antigos deputados, bem como de personalidades independentes.
Centristas pedem eleições
O presidente do CDS-PP tem vindo a tecer duras críticas ao Governo socialista, considerando que está «esgotado e a desmontar-se às peças», insistindo que a atual instabilidade política deveria ser resolvida pelos portugueses nas urnas. «Este Governo socialista está esgotado com mais este caso e com mais esta demissão. O país está sem homem ao leme e o barco está à deriva. Só a dissolução do parlamento evitará que Portugal se afunde mais a cada mês que passa. Os portugueses merecem ser chamados a resolver esta crise política».
Já em relação às polémicas mais recentes, com membros do Governo de autarquias locais, Nuno Melo chama a atenção para «os casos de ilegalidade em procedimentos e contratos, visados em investigações com a constituição de arguidos, detenção e acusação de governantes e autarcas», o que, no seu entender, «mostra um declínio inaceitável dos critérios de escolha de pessoas chamadas para o serviço da causa pública e do funcionamento de instituições fundamentais do regime democrático». E acrescenta que das 13 substituições de governantes ocorridas desde março, muitas estão relacionadas com incidências de natureza criminal.
«António Costa assume-se incapaz de decidir acerca do básico em quem se pretenda primeiro-ministro, isto é, escolher por si, como lhe compete em exclusivo, pessoas sérias, capazes, credíveis, com experiência de vida e currículo bastantes, para representarem o Estado enquanto ministros e secretários de Estado», diz, referindo que «a tentativa do primeiro-ministro de transferir e partilhar responsabilidades próprias com o Presidente da República só torna mais evidente a extrema fragilidade de António Costa e a incapacidade do Governo se regenerar num quadro institucional normal».