Segundo O Globo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do Brasil iniciou na terça-feira a investigação de vinte juízes por alegadamente usarem as redes sociais para “atacar o sistema eleitoral”, “espalhar notícias falsas”, “insultar candidatos” e ainda “apoiar ataques em 8 de janeiro em Brasília”.
De acordo com o jornal brasileiro, parte dos investigados já recebeu sanções anteriores, que incluíram o bloqueio dos seus perfis nas redes sociais por, alegadamente, “praticarem condutas incompatíveis com a função de magistrado”.
Entre os indicados está a juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais Ludmila Lins Grilo, investigada desde setembro de 2022 por ter usado as redes sociais para questionar de forma depreciativa algumas decisões judiciais tomadas por colegas do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No Twitter, a juíza partilhou uma montagem de fotografias onde aparecem os magistrados do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes sob o título “Os Perseguidores Gerais da República do Brasil.”
Segundo O Globo, também o juiz Fabrício Simão da Cunha Araújo está a ser investigado por “levantar suspeitas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral sem apresentar provas mimetizando declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores”.
Além disso, as investigações concentram-se no alegado apoio que alguns desses juízes teriam demonstrado aos apoiantes do ex-presidente que participaram em 8 de janeiro dos ataques às sedes dos três poderes no Brasil. Este é o caso da juíza do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, Maria do Carmo Cardoso (que é conhecida pelas boas relações com a família de Bolsonaro).
Outros, têm mostrado presença prolífica em redes de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a juíza do Tribunal de Justiça do Amazonas, Rosália Guimarães Sarmento, que em mais de 70 publicações, segundo o CNJ, teriam pedido o voto para o líder do Partido dos Trabalhadores (PT).
Adianta o jornal brasileiro que os processos foram abertos a partir de uma portaria, assinada em setembro do ano passado. Essa portaria determinou que “ficam vedadas manifestações que contribuam para o descrédito do sistema eleitoral ou que gerem infundada desconfiança social acerca da Justiça, segurança e transparência das eleições, além de canais que impulsionem esse tipo de conteúdo”.