Lançou o desafio num artigo publicado no Nascer do SOL e cumpriu: na passada segunda-feira, o antigo ministro da Saúde Luís Filipe Pereira apresentou, em Lisboa, o «Manifesto Cívico Contra o Atraso Económico e Social do País», do qual é o primeiro subscritor. Esta iniciativa da sociedade civil denuncia o «crescimento económico quase estagnado nas duas últimas décadas e meia» que se tem traduzido em «em baixos salários, baixas pensões e elevados níveis de pobreza e de emigração».
Como solução, aponta a necessidade de um «movimento cívico» que suscite «o envolvimento da sociedade civil (universidades, associações, instituições representativas do mundo laboral e empresarial, etc.)» e que levante esta discussão junto da generalidade da população. Isto porque, argumentam os subscritores do manifesto, «a generalização, junto da grande massa da população, da discussão da situação em que o país se encontra, defronta grandes barreiras».
Nesse sentido, propõem que este movimento promova ações que, «de forma regular e persistente, coloquem o problema do atraso económico e social do país, como uma questão central e prioritária na agenda política e no espaço público e mediático». Estas ações poderão ser em vários meios e formatos, desde a comunicação social às redes sociais, passando pela realização de conferências, seminários e colóquios.
Além disso, pretendem que esta discussão chegue, em especial, às camadas da população com menos informação e de mais baixos rendimentos e que se evidencie junto das mesmas «que não é uma inevitabilidade a existência de baixos salários e pensões, elevados níveis de pobreza e forte emigração e que tal se deve à estagnação do país, em termos de crescimento económico e de geração de riqueza, nas duas últimas décadas e meia».
Apesar de se proporem a «generalizar» o conhecimento público da situação em que o país se encontra, este movimento não pretende «substituir-se» aos partidos políticos, nem concentrar os seus esforços na formulação de propostas para combater o atraso económico e social do país.
«Sendo este Movimento desejavelmente constituído por um grande número de pessoas e entidades, com posições políticas e ideológicas diferentes, tal heterogeneidade impediria um consenso generalizado e uma proposta do Movimento, enquanto tal, quanto a soluções a apontar para o país (o que não significa que entidades e grupos de pessoas que o integrem não o possam fazer)», justificam no texto do manifesto.
Além de Luís Filipe Pereira, o manifesto conta atualmente com outros 47 subscritores, entre eles outros históricos do PSD, PS e CDS, como o também ex-ministro Luís Mira Amaral, o ex-deputado socialista Henrique Neto e o antigo presidente democrata-cristão José Ribeiro e Castro.