Cerca de 100 enfermeiros do setor privado manifestaram-se esta quinta-feira em frente ao Hospital CUF Descobertas, em Lisboa, para exigir, entre outras coisas, um aumento salarial de 10% para todos os enfermeiros.
Esta foi a primeira greve realizada pelos cerca de 4.200 enfermeiros que trabalham nas 75 unidades de saúde abrangidas pela Associação Portuguesa de Hospitalização (APHP), para reivindicarem pela melhoria das condições de trabalho.
"Nós queremos lutar pela dignificação da enfermagem. Neste momento, não nos sentimos dignificados. Não temos aumento salarial e trabalhamos mais horas do que no público. As horas de 'qualidade' não nos são pagas", adiantou à agência Lusa a enfermeira Fátima Marras, referindo-se às "horas penosas", que acontecem sobretudo no período da noite.
A profissional explicou que se trabalhar um noite por mês ou 30 noites vai ganhar o mesmo.
"Não é justo. Não é justo. Se eu fizer a noite do dia de Natal, ganho zero quando o país está em casa", lamentou.
Os enfermeiros reclamam a implementação de 35 horas semanais e a regulação dos horários de trabalho, assim como um acréscimo remuneratório mensal para quem trabalha por turnos, o pagamento do regime de prevenção, o aumento da compensação das horas penosas, um aumento salarial de 10% e do subsídio de refeição para todos os enfermeiros e 25 dias úteis de férias por ano.