Vai ser julgado por homicídio qualificado homem que atropelou mortalmente uma pessoa enquanto fugia à polícia

Jovem tinha cocaína no sangue e uma taxa de alcolémia de 1,64 g/l. 

Um homem de 30 anos, suspeito de ter atropelado mortalmente uma pessoa depois de se ter posto em fuga da polícia, em outubro de 2019, em Coimbra, vai ser julgado pelo crime de homicídio qualificado, por um crime de condução perigosa e por outro de sequestro. 

O início do julgamento está marcado para a próxima terça-feira, dia 21, pelas 9h15, no Tribunal de Coimbra. 

De acordo com a acusação, a 4 de outubro de 2019, pelas 2h00, o jovem ter-se-á deslocado no seu carro, um Honda Civic preto, até à Rua Pedro Olaio, perto da loja do Cidadão, onde se encontrou um uma amiga.

Uma hora depois, chegou ao local uma equipa da PSP, e, nessa altura, o arguido terá consumido uma pedra de cocaína dentro do carro.

Quando os elementos agentes "já se preparavam para abandonar o local, o arguido trancou as portas do carro e ligou o mesmo" e a amiga perguntou-lhe o que estava a fazer. 

"Não te preocupes que eu tenho mãos para isto, e não vou pôr em risco a tua vida nem a minha, até porque vou ser pai", respondeu o arguido. 

O arguido terá engrenado a primeira mudança e arrancou com o carro, com a amiga a pedir-lhe para sair da viatura. 

Os agentes correram em direção ao carro, ordenando a sua maragem, mas o homem ignorou e iniciou uma fuga em direção à avenida Fernão de Magalhães.

Outros dois agentes iniciaram uma perseguição automóvel ao arguido, que conduzia a grande velocidade em direção à Casa do Sal. 

A amiga continuava a pedir-lhe para a deixar sair do carro mas este disse: "Fica descansada, que eles já não nos apanham".

Depois do cruzamento da avenida Fernão de Magalhães com a rua Padre Estêvão Cabral, estava a passar a pé um homem, que atravessava a via de um lado para o outro e a amiga, ao avistar o homem, gritou com o amigo para ele parar, mas este não o fez, diz o MP. 

O jovem, acabou por embater com o carro contra o peão, que foi projetado para a frente e morreu no local. 

O arguido seguiu a marcha, apesar dos pedidos da amiga para parar, garantido-lhe que não lhes ia "acontecer nada". 

A PSP acabou por conseguir intercetar o carro junto à estrada de acesso ao Loreto, ordenando que o jovem desligasse o carro. Este acatou as ordens, mas apenas por alguns segundos, e rapidamente fugiu de novo. 

O arguido deixou a amiga em casa e pelas, 4h00, voltou a ser intercetado. 

Na acusação lê-se que o jovem tinha no sangue cocaína, assim como uma taxa de alcoolemia de 1,64 gramas por litro.