O deputado socialista Carlos Pereira nega que tenha havido um “perdão de dívida” da Caixa Geral de Depósitos e sublinha que não houve qualquer tipo de favorecimento.
"É falso que tenha havido um perdão, é falso que tenha havido incompatibilidade na minha participação na comissão de inquérito na CGD em 2016 e 2017 ou mesmo favorecimento referente a esse perdão. É uma acusação grave", disse o deputado, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Carlos Pereira sublinhou que a dívida não era dele, pois era avalista da empresa e adiantou que “entre 2016 e 2021 foram diligenciados esforços junto do banco para a resolução do contencioso. Os avalistas fizeram um esforço junto dos advogados do banco para que a dívida fosse paga, mas o banco a meio da litigância foi para confronto judicial”.
O banco não concedeu qualquer perdão de dívida e valor da dívida é estabelecido retirando juros prescritos e juros que decorrem da inação da CGD quando os avalistas quiseram comprar a dívida. Os valores operados têm base legal e os avalistas estão a pagar", esclareceu, reiterando que não tinha qualquer dívida perante o banco. “Um avalista não é o dono da dívida. Há uma natureza do aval".
Recorde-se que as declarações do deputado surgem na sequência de o Correio da Manhã ter avançado que o banco público concedeu um perdão parcial da dívida a Carlos Pereira, relativa à empresa BKAT Consulting.
Na conferência de imprensa desta manhã, Carlos Pereira foi também questionado sobre se, à luz destas notícias, o relatório da comissão de inquérito à CGD, que o próprio elaborou em 2017 ficaria em causa, ao que o deputado socialista respondeu que não via incompatibilidade nem “risco de alguma consequência menos boa".
Por outro lado, anunciou que iria sair da comissão de inquérito à TAP para lhe dar a "tranquilidade necessária" e que esperava que com esta sua decisão "se acabe com o clima de suspeição, insinuação, especulação" que paira sobre a comissão da TAP.