O Papa Francisco decidiu esta quarta-feira que as mulheres vão passar a ter direiro de voto no Sínodo dos Bispos (reunião da hierarquia eclesiástica que discute temas do interesse da Igreja Católica), tendo esta decisão efeito já no próximo, que será dividido em duas partes – de 4 a 29 de outubro deste ano e em outubro do ano que vem.
Esta mudança vem dar relevo à atual visão do Vaticano, para que os fiéis leigos passem a assumir um papel de maior importância nos assuntos da Igreja, que há muito têm vindo a ser deixados para clérigos, bispos e cardeais.
Vários grupos de mulheres católicas, que até agora criticavam o Vaticano por menosprezar-las, já vieram elogiar a medida, que consideram histórica.
Agora cinco irmãs religiosas vão juntar-se a cinco padres como representantes das ordens religiosas no encontro, segundo o Vaticano.
Além disso, o papa decidiu também nomear 70 não-bispos para o Sínodo, pedindo que metade sejam mulheres, tendo todos direito a voto.
Durante a apresentação destas mudanças, o arcebispo do Luxemburgo e relator-geral do Sínodo de outubro, Jean-Claude Hollerich, considerou que a medida não representava uma revoluação, uma vez que, por 75% dos participantes serem bispos, a assembleia continuava a ser uma "reunião de bispos.
Também o cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, minimizou estas mudanças, dizendo que “continuará a ser um Sínodo dos Bispos, mas haverá essa participação com membros leigos”.