O presidente da Assembleia da República lamenta a divulgação de “uma conversa informal e privada” com o primeiro-ministro e o chefe de Estado no parlamento e nega ter atribuído à Iniciativa Liberal (IL) falta de integridade política.
Numa nota enviada à agência Lusa pelo gabinete de Augusto Santos Silva, sublinha-se que “não foi autorizada” a gravação sonora da conversa que envolveu, entre outros Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, após a sessão de boas-vindas a Lula da Silva, na terça-feira.
Num vídeo divulgado pelo Observador, Santos diz que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada" porque "há sempre quem faça pior", isto depois de falar em “falta de integridade política".
No comunicado enviado, lê-se que, “o Presidente da Assembleia da República nunca se referiu à IL nos termos divulgados”.
“Quando é mencionada uma candidatura a uma vice-presidência da Assembleia da República, o presidente da Assembleia da República não se estava a referir à IL. Basta ter em conta as exortações públicas que o presidente da Assembleia da República já fez para a apresentação de uma nova candidatura da IL a uma vice-presidência”, lê-se na mesma nota.
Na mesma nota acrescenta-se ainda que, “apesar das deficientes condições sonoras da gravação”, Augusto Santos Silva “nunca se referiu ao protesto da IL como representando falta de integridade política, mas sim (som não totalmente percetível), o que afirmou foi que o protesto não revelou falta de educação, mas falta de maturidade política”.
“Lamenta-se que uma conversa informal e privada (cuja gravação sonora não foi autorizada) tenha sido tornada pública nestas condições, em que a legendagem surge distorcida”, termina
O líder da IL, Rui Rocha, após a divulgação deste vídeo, afirmou aguardar que o presidente da Assembleia da República se retrate do que considerou ser um "inqualificável comportamento".
No Twitter, o presidente da IL disse que dará na quinta-feira "uma conferência de imprensa sobre mais um lamentável episódio ocorrido na Assembleia da República, protagonizado por aquele que devia ser o responsável máximo por zelar pelo regular funcionamento desta instituição".