O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, que foi na quarta-feira exonerado por ter tido "comportamentos incompatíveis" com as suas funções e contra o qual o Governo apresentou uma queixa crime, reagiu agora em comunicado a toda a polémica.
Na nota divulgada, acedida pela CNN Portugal, Frederico Pinheiro escreve que João Galamba mentiu e terá querido que o próprio adjunto mentisse também.
O ex-adjunto do ministro diz que foi o próprio a informar Christine Ourmières-Widener de que se iria realizar a reunião preparatória à comissão de inquérito à gestão da TAP e que, a 16 de janeiro, informou, por escrito, João Galamba da intenção da TAP em participar na reunião, tendo o ministro aprovado esta presença.
"De imediato Frederico Pinheiro envia um email aos serviços do Ministério das Infraestruturas para enviarem os convites para a participação da CEO da TAP na reunião, a realizar no dia seguinte via plataforma Zoom", lê-se na nota divulgada.
Frederico Pinheiro afirma que foram "articuladas perguntas a serem efetuadas pelo GPPS", tendo também sido referidas as respostas e as estratégias de comunicação à CEO da TAP.
Depois de divulgada a reunião, o próprio João Galamba terá reforçado que tinha sido ele a, "16 de Janeiro, a revelar a Christine Ourmières-Widener a existência de uma reunião preparatória entre o Ministério das Infraestruturas e o GPPS, a realizar a 17 de Janeiro".
O ex-adjunto acrescenta que foram tomadas e registadas no computador notas da reunião preparatória e que estas "resumiam o que tinha sido abordado em ambas as reuniões".
Contudo, os responsáveis acordaram que, em caso de requerimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito, as notas não iam ser partilhadas, por serem um documento informal.
Dois dias antes de ter sido despedido, Frederico Pinheiro foi informado por uma técnica que o gabinete ia informar os deputados de que não existiam notas da reunião e que, nesse momento, este respondeu que, "como sabia, tal era falso e que, no seguimento do comunicado do Ministério das Infraestruturas de dia 6 de abril, era provável que Frederico Pinheiro fosse chamado à CPI e que, nesse momento, seria obrigado a contradizer a informação que estava naquela resposta, com a qual discordava. A técnica Cátia Rosas disse que iria articular a resposta a enviar com o ministro das Infraestruturas e com a chefe do gabinete que estavam em Singapura".
Já no dia 25 de abril, Galamba contactou Pinheiro por mensagem e por telefone, tendo este dito que "a decisão que tomaram de não revelar a existência das notas teria de ser revista".
Após estas palavras, João Galamba terá tido uma "reação irada" e no dia seguinte ligou ao adjunto para o informar de que estava despedido.
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