O pastor religioso Paul Nthenge Mackenzie, acusado de matar pelo menos 133 pessoas numa floresta no sudeste do Quénia, vai continuar em prisão preventiva durante mais 30 dias, aguardando o julgamento por "terrorismo".
O líder da seita, assim como mais 17 arguidos, incluindo a sua mulher, ficará mais um mês na prisão enquanto as autoridades investigam o caso das mortes.
Este grupo incitava os seus fieis a práticas religiosas extremas que incluíam o jejum até à morte para, supostamente, se encontrarem com Jesus, o que provocou, até agora, a morte de 133 pessoas, incluindo muitas crianças.
As autoridades acreditam que este número possa continuar a subir enquanto continuam a ser procuradas mais valas comuns na floresta de Shakahola, onde os crentes se reuniam.
Esta sentença do tribunal chega um dia depois de a polícia responsável por esta investigação suspeitar que possa ter acontecido tráfico de órgãos humanos com as vítimas mortais, depois de vários cadáveres exumados surgirem com falta de alguns órgãos.
Segundo a Direção de Investigação Criminal (DIC) do Quénia, existe um "tráfico bem coordenado de órgãos humanos envolvendo vários atores", lê-se num documento citado pela agência de notícias France-Presse.
Após terem sido feitas autópsias a 112 corpos, foi descoberto que a maioria das vítimas morreu de fome, provavelmente depois de ter seguido a recomendação de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, e, além disso, os exames "revelaram a falta de órgãos nalguns dos corpos exumados".