Ex-governante admite ter dado orientação a Lacerda Machado sobre TAP mas nega pressão

Alberto Souto diz que antigo administrador da TAP está a ver “o filme ao contrário”.

O ex-secretário de Estado Alberto Souto revelou, este sábado, que transmitiu, em 2020, uma orientação ao então administrador da TAP Lacerda Machado, sobre o orçamento da companhia, mas recusou ter exercido pressão política quanto à gestão corrente.

"O normal é que uma vez por ano, justamente na aprovação do orçamento, o acionista converse com os seus representantes e indique a posição que eles devem veicular", começou por escrever Alberto Souto, num texto publicado nas redes sociais e citado pela agência Lusa, no qual admitiu ter passado a orientação de “chumbo” do orçamento da TAP, por indicação do antigo ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos.

Em "todas as empresas públicas ou sociedades com capital do Estado", há uma orientação em documentos estratégicos e "é esse o sentido de uma saudável tutela", sublinhou, acrescentando que os administradores do Estado "estão lá", "para defender os interesses do Estado”.

Alberto Souto cita também a frase de Pedro Nuno Santos que disse que "não podia haver dois ministros para a TAP", referindo-se a ele próprio e a Lacerda Machado.

"Não teve a humildade de aceitar a orientação do acionista que o nomeara", sublinhou o ex-governante, revelando que o antigo administrador "ameaçou demitir-se, mas não o fez". Para Alberto Souto, Lacerda Machado está a ver “o filme ao contrário”.

Sublinhe-se que o antigo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações publica nas redes sociais, o texto dois dias depois de Lacerda Machado ter afirmado, na comissão de inquérito à TAP, que sofreu pressões políticas.