A um mês… JMJ já começa a mexer!

Participei sempre como jovem seminarista e jovem padre. Hoje, com quase cinquenta anos, sinto que a sensação que estou a experimentar é igual à primeira vez que desci do comboio na Estação de Paris e comecei a ver milhares de jovens com as suas mochilas e sacos de cama a dirigirem-se para as paróquias de…

Confesso que estou ansioso para poder fazer parte de um dos fatos históricos mais impressionantes na vida do nosso país – as Jornadas Mundiais da Juventude. Desde 1997 que procuro participar em todas as edições e tenho participado em quase todas desde então, excetuando três. 

Participei sempre como jovem seminarista e jovem padre. Hoje, com quase cinquenta anos, sinto que a sensação que estou a experimentar é igual à primeira vez que desci do comboio na Estação de Paris e comecei a ver milhares de jovens com as suas mochilas e sacos de cama a dirigirem-se para as paróquias de acolhimento.

Fui com os jovens da paróquia de Camarate. Vinte e seis anos depois, ainda me lembro: fiquei na paróquia de Sartrouville, na casa do casal Durprès. Ficámos quatro naquela família de 75 anos. Eu e um colega seminarista que é de Peniche e dois italianos de Milão. Lembro-me da homilia do Cardeal Lustiger em frente à Torre Eiffel: «Quelle joi mes amis!». 

 Repetiu várias vezes na sua homilia. 

 

Em Roma fiquei numa escola de salesianos perto da casa de férias do Papa João Paulo II. Lembro-me de ter ido várias vezes ao hospital com vários dos jovens do meu autocarro. Mesmo assim, tenho saudades… João Paulo II a gritar na vigília: «Esta noite é um barulho que Roma nunca mais esquecerá». Nem Roma esqueceu, nem nós. João Paulo II era uma festa nas Jornadas Mundiais da Juventude. De braços no ar, ao lado dos jovens, como se quisesse dançar ao som da música, procurava interagir com os jovens.

Toronto ficou marcado pela presença de um Papa João Paulo II já muito mais débil. Foram as suas últimas Jornadas Mundiais da Juventude. Não posso esquecer o que mais me marcou naquela semana: a Via-sacra. Foi impressionante percorrer as ruas de Toronto e assistir a uma performance incrível e realmente intemporal, onde o acontecimento de há dois mil anos se encontrou com a cultura moderna.

Colónia organizou as primeiras Jornadas Mundiais da Juventude. Foi uma festa ainda maior com Bento XVI do que tinham sido as três últimas com João Paulo II. Toda a gente dizia mal de Bento XVI e os jovens vieram em massa. Foi incrível… ninguém consegue imaginar que Colónia foi uma das JMJ que mais jovens reuniu – dois milhões e meio de jovens acorreram à cidade alemã para se encontrarem com o Papa alemão. 

Não estivem em Sidney, estava doente e não podia sair para lado nenhum. Fui, no entanto, a Madrid. Já estava nas paróquias e levei uns dez jovens da Mouraria. Foi incrível! Mais uma vez ficou-me na memória a Via-Sacra. As várias estações da Via-Sacra estavam ilustradas com os enormes andores da Semana Santa de várias dioceses de Espanha. Agora o incrível aconteceu: depois de nos ter caído o céu em cima durante vinte minutos, com uma chuva que nunca se houvera visto, veio o momento incrível de ver a Custódia de Toledo a subir no palco principal e uma multidão de milhões de jovens a ajoelharem-se para adorar o Filho de Deus presente naquele pão consagrado.

 

Brasil foi a primeira Jornada Mundial da Juventude do Papa Francisco e fiquei em casa porque não tinha dinheiro. Era impossível! Tive, no entanto, em Cracóvia, na Polónia, e foi igualmente incrível. Francisco não interage muito com os jovens. Diz os discursos de forma seca, sem deixar quase que lhe batam palmas… mas no Papa móvel ninguém lhe ganha. É incrível a liberdade que o habita quando passa no meio de nós. 

Veio Panamá que, por motivos financeiros, também não fui. Agora só faltam uns dias, poucos, para as jornais e a cidade onde nasci vai acolher este incrível acontecimento…