A informação é oficial e não há qualquer dúvida. Até ao momento, a Jornada Mundial da Juventude recebeu a inscrição de peregrinos de todo o mundo, com a exceção das Maldivas. Assim sendo, levanta-se a questão de saber do interesse de cidadãos de países considerados hostis ao mundo católico. O Chega já levantou a questão (ver págs. 10-11), mas ninguém quer dizer quantos cidadãos de países como o Afeganistão, Irão, Iraque, Líbia, Paquistão, Arábia Saudita, entre outros, estão entre os inscritos. Já o nível de ameaças ao Papa, garantem fontes do SIS, está baixo, não havendo até agora sinais preocupantes. Há duas semanas, José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, dizia ao Nascer do SOL: «Claro que os serviços de informação estão a analisar as ameaças ao Papa, como não poderia deixar de ser. As forças e serviços, e muito particularmente os serviços que têm especiais responsabilidades no domínio das informações. Há um ano que todos os serviços e forças do Estado estão a preparar esta visita e coordenados pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna».
Se eventuais ameaças se colocarão até ao adeus do Papa a Portugal, outras preocupações são mais terrenas, como é o caso dos peregrinos quererem refrescar-se no Tejo ou no Trancão. «O passeio pedonal, que no futuro irá ligar Vila Franca de Xira a Cascais, vai estar fechado na zona da JMJ e vamos tentar que ninguém se aventure nos rios para se refrescar. Do lado de Loures, será o passadiço já construído que fará de fronteira, não sendo possível a ninguém se aproximar do Trancão», explicou ao Nascer do SOL fonte da organização. Para quem não conhece a zona, diga-se que a parte do Tejo é bastante lamacenta e qualquer peregrino pode ficar em maus lençóis se se atirar ao rio.
As previsões meteorológicas valem o que valem, quando se fala em estimativas superiores a dez dias, mas as que existem neste momento apontam para um tempo ameno, até com ligeira precipitação, o que facilitará a vida aos peregrinos. «Em Madrid, a JMJ decorreu toda em cima do alcatrão do aeroporto, e, curiosamente, choveu imenso na ocasião. Também no Rio de Janeiro foi preciso mudar de palco, pois o principal ficou destruído dias antes devido a um temporal. Pode ser que o S. Pedro ajude os peregrinos e lhes dê alguma frescura», comenta ironicamente fonte da organização.
Mas faça sol ou chuva, com ou sem Papa, já nada parará a JMJ de Lisboa.