ONU denuncia valas comuns no Darfur depois de ataques de paramilitares

Esta organização alertou que pelo menos 87 pessoas de etnia Masalit, incluindo sete mulheres e sete crianças, foram enterradas em duas valas comuns, depois de terem sido mortas em junho pelas RSF e pelas milícias que apoiam este grupo paramilitar.

As Nações Unidas unidas alertaram para o facto de pelo menos 87 pessoas terem sido enterradas em duas valas comuns na região de Darfur, no Sudão, depois de ataques realizados pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF).

"Os habitantes locais foram obrigados a desfazer-se dos corpos em valas comuns, negando aos mortos um enterro decente num dos cemitérios da cidade", informou a ONU, através de um comunicado.

Esta organização alertou que pelo menos 87 pessoas de etnia Masalit, incluindo sete mulheres e sete crianças, foram enterradas em duas valas comuns, depois de terem sido mortas em junho pelas RSF e pelas milícias que apoiam este grupo paramilitar.

"Condeno, nos termos mais fortes, a morte destes civis, e estou ainda mais chocado pela maneira desrespeitosa como os mortos, juntamente com as suas famílias e comunidades, foram tratados", revelou o alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, citado no comunicado.

"Tem de haver uma investigação independente, rápida e exaustiva a estas mortes, e os mandantes têm de ser responsabilizados", disse.

O violento conflito no Sudão coloca o exército do general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do Sudão, e o seu adjunto e opositor, o general Mohamed Hamdane Daglo, que comanda as forças paramilitares de apoio rápido.

Estes combates foram despoletados devido ao fracasso das negociações para a integração dos paramilitares nas forças armadas, no âmbito de um processo de transição política no Sudão.