Por Pedro Ramos
Nova Iorque, julho 2023
«Socialismo é uma filosofia de falhanço, o credo da ignorância, e o evangelho da inveja; a única virtude do socialismo é a partilha equitativa da miséria».
Winston Churchill
«Contra factos não há argumentos».
Povo Português
«Em governos, os menos capazes e honestos sobem ao topo».
Friedrich Hayek
Queridas Filhas,
Cresci durante a guerra fria, quando muitos no ocidente se questionavam se o sistema socialista ou comunista ganharia a longo prazo. Não pela força, mas pela criação de sociedades mais avançadas e mais ricas.
Essa pergunta foi respondida com a queda do muro de Berlim. De duas formas. Primeiro, constatando que os países da Europa de Leste eram bem mais pobres do que os da Europa Ocidental. Segundo, observando o fluxo de pessoas que fugiam de economias comunistas para o ocidente. Como se diz pelos USA, as pessoas ‘votaram com os pés’. Essa tendência continua ainda hoje, com os países de leste a serem os maiores apologistas do sistema capitalista no velho continente. Não por acaso, um após outro têm ultrapassado Portugal em desenvolvimento económico.
Quatro anos depois entrei na Faculdade de Economia do Porto, e para minha surpresa, verifiquei que muitos dos professores catedráticos fizeram carreira criticando o capitalismo. Felizmente os governos em Portugal continuavam uma política de liberalização da atividade económica e de privatizações, o que levou a uma gloriosa convergência de Portugal com a Europa nos 15 anos até ao ano 2000. Essa foi a minha primeira demonstração que as pessoas (especialmente as mais educadas) não alteram as suas opiniões quando os fatos as contradizem. Arranjam desculpas e exceções para justificar a discrepância.
Sentindo-se mais rico, Portugal decidiu experimentar políticas mais socialistas e desde 2000 até hoje estagnou e divergiu da média europeia (tendo ainda de ter sido salvo financeiramente pela Europa). Inexplicavelmente, no ano passado em Portugal, o Partido Socialista obteve maioria absoluta. E os partidos mais comunistas (PCP e Bloco de Esquerda) obtiveram quase 10% dos votos.
A Europa como um todo também tem governado com desprezo pelas forças de mercado em favor de regulações, controlo público, burocracia e políticas sociais. O resultado? A Figura 1 (em baixo) mostra a Europa estagnada em termos de USD face aos USA.
Podia-se pensar que baseado nesta fraca prestação, os europeus se perguntassem como seguir o exemplo americano. Mas não, a política parece ser o de regular ainda mais, multar empresas americanas e apontar defeitos ao sistema americano (como se qualquer sistema humano alguma vez pudesse ser perfeito). Alguns Europeus aceitam ser mais pobres dado que a Saúde e Educação são mais baratas ou mesmo gratuitas na Europa.
Mas vejamos os factos: o sistema nacional de saúde em Portugal está a implodir. Quando estive lá o mês passado um homem morreu na porta de um hospital porque não havia médicos. Dizem-me que as portuguesas têm medo de ir a maternidades públicas. O sistema gratuito do Reino Unido também está a implodir. Outros seguirão.
Quanto ao ensino: 1) Universidades portuguesas não geraram qualquer Prémio Nobel. E as europeias poucos. Os mais talentosos imigrantes de países emergentes como a China ou Índia querem ir estudar (e trabalhar) para os EUA.
Os problemas sociais do capitalismo não parecem muito diferente do que vimos no último mês na Europa, com batalhas campais em Paris, ataques abertos em piscinas públicas alemãs ou mais refugiados mortos a tentar atravessar o Mediterrâneo do que civis a morrer na Ucrânia no último ano.
Temo que Portugal esteja já num ‘buraco negro’ do socialismo: uma grande proporção de votantes a receber salário ou pensão do Estado. Estes naturalmente preferem um Estado grande mesmo que à custa do futuro, do que um estado menor que potencie o crescimento de Portugal. Os dados estão aí. O que vão fazer os portugueses?