Uma viagem de comunhão e partilha

A Jornada foi uma grande lufada de esperança. Fez-nos acreditar que há futuro e que a humanidade continua a ter os seus valores e princípios bem presentes e vigorosos que levará os jovens a afirmar-se como essenciais nesse grande movimento que o Mundo tanto precisa de RE-humanização. 

Por Carlos Carreiras

Portugal voltou a ser palco de uma das maiores, mais poderosas e transformadoras manifestações da fé: a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). 
Depois de cidades como Sidney, Paris, Roma, Madrid, Rio de Janeiro, Buenos Aires ou Manila, a capital portuguesa juntou-se à exclusiva lista de destinos da grande peregrinação da juventude.

A JMJ 2023 aconteceu num momento especialmente sensível, depois de uma pandemia e com a guerra a voltar à Europa, factos que nos afetaram e afetam a todos, mas em especial os jovens. 
A Jornada foi uma grande lufada de esperança. Fez-nos acreditar que há futuro e que a humanidade continua a ter os seus valores e princípios bem presentes e vigorosos que levará os jovens a afirmar-se como essenciais nesse grande movimento que o Mundo tanto precisa de RE-humanização. 

Foi uma organização que nos orgulha enquanto portugueses e aqui em Cascais também demos o nosso contributo, um contributo dado com alma. Estivemos totalmente comprometidos desde o início, em 2019, e empenhados em celebrar este momento único. Todos os departamentos, divisões e entidades municipais estiveram envolvidos de forma direta ou indireta na organização deste evento.
Tudo isto comportou uma logística muito forte, algo que nunca vivenciámos em Portugal, quer em Lisboa, quer em Cascais. Apesar de estarmos habituados a grandes acontecimentos, nunca houve um desta dimensão. 

Foram dias intensos que vão ficar para sempre na lembrança de todos os que participaram nesta viagem de comunhão e partilha. 
Foi com grande alegria e emoção que recebemos o Santo Padre em Cascais, na Scholas Ocurrentes, em português ‘Escola de Vizinhos’ e ‘Escolas Irmãs’, uma organização de direito pontifício, que nasceu em Buenos Aires, em 2001, por iniciativa do então Arcebispo Jorge Bergoglio, hoje Papa Francisco. É uma rede internacional que une estudantes de todo o mundo ao redor de um programa educativo baseado na arte, no desporto e na tecnologia. Tem como objetivo promover a integração social e a cultura do encontro e da inclusão nas escolas.
«Há que sujar as mãos para não sujar o coração. Prometam-me que sujam as mãos!», disse Papa Francisco, na sede nacional, em Cascais, do Movimento Scholas Occurentes, onde deu a última pincelada virtual, no mural ‘Vidas entre Mundos’, o maior mural de arte do mundo. Com 3,5 Km. É o resultado de semanas de trabalho da comunidade de Cascais, que o realizou com o envolvimento de todos, todos, todos e serviu para receber Sua Santidade, Papa Francisco, neste que foi o dia que entrou para a história de Cascais. 

Espero que as palavras do Papa nos transformem, nos mudem e que possamos perceber bem a mensagem que o Santo Padre nos deixa. 
Deixo uma sugestão para que essas palavras não sejam levadas pelo vento e que prolonguem este sentimento de encontro. São sugestões que deviam constituir-se como propósito político e de vida. Trata-se de duas encíclicas de Francisco que se complementam e se acrescentam somando, a Fratelli Tutti e Ludato Si e a Agenda 2030 e o Objectivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas.

Termino, enaltecendo a total disponibilidade para servir onde e como é necessário, o espírito de sacrifício que todos demonstraram, aliados a uma firme vontade de participar com alegria e emoção, deram razões ao nosso sentimento patriótico, justificam e alimentam-nos de confiança, ajudando-nos a cultivar a vida. 
Estamos todos, todos, todos de parabéns e fica a mensagem: nunca devemos desistir, fazer ouvir a nossa voz, mas no espírito de união.