CDS partilha posição sobre Lacerda Machado liderar consórcio para a reprivatização da TAP

“O CDS-PP considera que a o anúncio – a confirmar-se -, de que o Dr.  Diogo Lacerda Machado  será um dos lideres de um consórcio internacional concorrente à privatizaçao da TAP, pode configurar um caso grave, de contornos políticos e éticos, que merece uma crítica frontal e clara do CDS”, pode ler-se no comunicado,

O CDS-PP divulgou a sua posição sobre a possibilidade do Dr Lacerda Machado à frente de um consórcio para a reprivatização da TAP, com um comunicado, assinado pelo líder do partido, Nuno Melo, enviado para a redação do Nascer do Sol.

Neste comunicado é possível ler:

"O CDS-PP considera que a o anúncio – a confirmar-se -, de que o Dr.  Diogo Lacerda Machado  será um dos lideres de um consórcio internacional concorrente à privatizaçao da TAP, pode configurar um caso grave, de contornos políticos e éticos, que merece uma crítica frontal e clara do CDS.

 

Politicamente, todos os Portugueses sabem que o Dr.  Diogo Lacerda Machado  é amigo próximo do primeiro-ministro e como tal foi sempre apresentado. De tal forma assim é, que o Dr.  Diogo Lacerda Machado teve mandato do Dr. António Costa para reverter a privatizacao da TAP e foi depois nomeado pelo governo socialista para o conselho de administração da mesma TAP. A presença agora à frente de um consórcio que anuncia concorrer à futura privatizaçao da TAP, coloca legitimamente uma questao de independência política. É legítimo acreditar-se que esta presença e relevância do amigo próximo do primeiro-ministro que o mandatou e nomeou para a TAP, significam uma preferência do governo, num concurso que tão pouco tem ainda o caderno de encargos publicado.

 

Politicamente, é ainda muito preocupante que o processo de privatização da TAP comece desta forma, depois de tudo o que os cidadãos ficaram a saber através de Comissao Parlamentar de Inquerito à TAP. Na verdade, os Portugueses sabem hoje que a TAP – companhia portuguesa da maior importância – foi tratada como uma coutada do PS, com ministros e secretários de Estado a interferirem na sua gestão,  guerreando-se publicamente pelo seu controlo politico e pessoal..

A confirmar-se o facto do Dr.  Diogo Lacerda Machado  o aparecer agora como expoente de um consórcio concorrente à privatizaçao da TAP – depois de ter sido o ‘delegado’ do primeiro-ministro para a nacionalizar e seu representante na administração – configura um tipo de exercício político que se está a tornar corrente nos socialistas: acham que em tudo mandam e que tudo podem.

 

Não  sendo desmentido, o anúncio revela um inaceitável desrespeito por normas básicas de imparcialidade e bom senso num Estado de Direito democrático.

 

Do ponto de vista  ético, e até jurídico, não é aceitável que pelas descritas circunstâncias, à frente de um consórcio concorrente à reprivatização da TAP, possa estar de novo o mesmo amigo particular do primeiro-ministro, da Dr. Diogo Lacerda Machado, levando na pasta todas as informações privilegiadas e óbvios conflitos de interesses acumulados ao longo dos últimos anos.

 

A promiscuidade com que o PS no governo lida com a TAP, para além de milhares de milhões de euros gastos saídos dos impostos dos contribuintes, dos incidentes inqualificáveis com indemnizações milionárias a ex-administradores, que conduziram à demissão de ministros e secretários de Estado, é simplesmente inqualificável. Tudo acontece e só é possível, porque o primeiro-ministro assim quer.

 

Fica em causa a própria credibilidade e saúde  do regime democrático, desta forma minado profundamente nos  alicerces, contaminado pela falta de transparência, abuso de poder e manipulação de decisões de Estado, que têm de ser implacavelmente combatidos.

 

Atacado é  o Estado de Direito, como postulado nas democracias liberais de tipo ocidental. 

 

Por tudo isto, não sendo desmentido o sobredito anúncio, o CDS-PP:

1) Apela a que o Presidente da República esteja particularmente atento à reprivatização da TAP, incumbido que está de assegurar o normal funcionamento das instituições democráticas.

2. Desafia o primeiro-ministro a informar se está confortável com o anúncio efectuado( 

 

3. Pede a intervenção preventiva de todas as entidades públicas com competência a propósito;

 

4. Informa que solicitará  a intervenção da Comissão Europeia e levará o tema à discussão no Parlamento Europeu."