Na aldeia de Moshchun, nos arredores de Kiev, Marcelo Rebelo de Sousa tornou-se o primeiro chefe de Estado a entrar numa trincheira usada durante o conflito. O acontecimento inédito provocou uma reação de perplexidade, principalmente na vice-governadora de Kiev, Lesya Arkadievna. «Isto nunca tinha acontecido! É o primeiro que faz isto», afirmou. O Presidente mostrou-se sensibilizado e alegou que lhe fazia «lembrar a primeira Guerra Mundial». Bucha foi também um dos destinos da visita. Marcelo, juntamente com o ministro ds Negócios Estrangeiros, João Cravinho, esteve presente numa homenagem às vítimas do massacre perpetrado pelos russos em fuga da cidade, localizada nos arredores de Kiev.
O Presidente marcou ainda presença na Cimeira Plataforma Crimeia, onde estiveram representantes de 60 países. Foi nesta conferência que ficou ainda mais evidente o apoio português à Ucrânia, com Marcelo a declarar que «o principal objetivo é a recuperação da integridade territorial» (da Ucrânia) e que qualquer solução que não envolva a Crimeia não passa de «ruído». O chefe de Estado clarificou ainda que «a integridade da Ucrânia significa as fronteiras reconhecidas em 1991». O Presidente ucraniano mostrou-se agradecido e até ajudou Marcelo Rebelo de Sousa com o dispositivo de tradução, num momento mais descontraído da cimeira. Entretanto soaram os alarmes de ameaça de ataque aéreo – com Marcelo a manifestar a sua confiança no sistema de defesa da capital ucraniana.
A Ucrânia celebrou na quinta-feira o seu Dia da Indepêndencia, onde o Presidente foi convidado de honra e até discursou em ucraniano, estando também a ponderar fazer um convite a Zelensky para se deslocar a Lisboa.
A população ucraniana conheceu desta forma o ‘Presidente dos afetos’, que deixou (ainda mais) vincado o compromisso e solidariedade portuguesa para com o povo ucraniano.