Registos de férias (casos ao acaso)!

Entre uns mergulhos aqui, umas leituras acoli e uns almoços ou jantares acolá, fui espreitando as notícias mais relevantes só para acompanhar o que se ia passando, respigando umas quantas para este texto. 

As férias sabem sempre bem! Quem tem esse privilégio, como eu, acha sempre que o tempo das férias passa demasiado rápido por comparação aos dias de trabalho. Mas a verdade é que o que passa mesmo rápido é a vida para todos. Somos meninos(as) de manhã, à tarde adultos e de repente estamos menos jovens, com experiência para dar e vender, reformados com mais ou menos saúde, a olhar orgulhosamente para a família que construímos, filhos(as) já em idade adulta, netos(as) nas escolas, uns mais adiantados porque também mais velhos e pensamos… foi tudo tão rápido!

Entre uns mergulhos aqui, umas leituras acoli e uns almoços ou jantares acolá, fui espreitando as notícias mais relevantes só para acompanhar o que se ia passando, respigando umas quantas para este texto. Uma coisa eu sei: neste país continua tudo tranquilamente na mesma, o que se torna sobretudo caricato quando os políticos dizem que estão preocupados com os reais problemas do país e a trabalhar para tudo melhorar…

 

Olhemos para a saúde. Nota-se alguma melhoria nos problemas mais que detetados da população em geral? Certamente que nenhumas! Durante estes dias, só ouvimos tristes estórias, como no Hospital Beatriz Ângelo, em que as esperas nas urgências são de mais de 10 horas e até houve um caso de um falecimento de um doente à espera de ser transferido. Curiosamente, este ano, Ricardo Leão (presidente da C.M. Loures) já afirmou de forma bem clara a propósito do caos em que se encontra este Hospital, apenas escassos 12 meses na altura (ou 18 meses agora) após o fim da PPP, que «essa reserva ideológica, sobre se deve ser privada ou pública, a mim não me interessa. Tem é que se prestar serviços, dentro do Serviço Nacional de Saúde, à população do concelho de Loures!». Muito dolorosa nos está a sair a cegueira ideológica deste Governo, com Marta Temido à cabeça, que exterminou esta PPP em princípios de 2022. Pior que o cego…

O Governo aprovou a Lei da Habitação e o Presidente Marcelo vetou, com o apoio de toda a oposição, tendo o trabalho (e o mérito) de explicar a sua posição, de natureza essencialmente política, convicto, como está, de que esta lei só irá agravar o problema unanimemente reconhecido. Surpreendentemente, a ministra Marina Gonçalves (suportada pelo PS) ripostou de pronto e confirmou, de forma até aparentemente confrontacional, que o Governo não procederá a quaisquer modificações, sabendo de antemão que Marcelo não terá outra solução senão a de a promulgar. 

 

Passemos por cima destas estranhas e incompreensíveis divergências e coloquemos a óbvia questão: alguém no Governo parou para pensar se esta Lei vai resolver os problemas quando a confiança, que é o pilar do setor, foi posta em causa de uma forma tão leviana (também com o Alojamento Local)? Alguém acredita que a solução não passe pelo investimento estatal e/ou autárquico para suprir necessidades, porque os privados (nacionais e estrangeiros) foram afugentados? Tudo isto se torna preocupante quando surge nos jornais um flagrante exemplo da incapacidade governamental, a saber: alguém fez (ou tem feito) alguma coisa nestes últimos 2 anos para reconverter 8 edifícios militares sem uso em Lisboa, Porto e Oeiras em habitação acessível (previstos 1.379 fogos)? Do que lemos, manifestamente a resposta é ‘não’! Com exemplos destes, haverá margem para acreditar que ‘agora é que vai ser’ com políticas eivadas de um esquerdismo que só pode continuar a afugentar investidores? Pior que o cego…

Foi manchete no Expresso: O PS considera incluir estrangeiros no serviço militar! O Governo responde, descartando a possibilidade. Cita-se o Presidente Marcelo que terá considerado semelhante possibilidade, em resultado do enquadramento lógico e racional dos imigrantes. No entanto, o cidadão comum pensa: será que o PS também pondera chamar estrangeiros para o Governo, tamanha a incompetência de uns quantos? Cada tiro no pé, digo eu…

A Santa Casa, pela voz da sua provedora – Dra. Ana Jorge, veio alertar para as dificuldades financeiras que atravessa e pragmaticamente veio referir que muitas despesas serão reequacionadas, as lideranças questionadas e vários subsídios revistos (ao desporto e não só). Pelo meio, ficámos com certezas, em particular de que decisões anteriores tiveram resultados financeiros desastrosos e a atual provedora terá de fazer ‘corte e costura’, tamanha a relevância da Instituição na sociedade portuguesa. Não lhe gabo a sorte, mas desejo-lhe toda a sorte… 

Mas também houve coisas boas, como a visita do Presidente Marcelo à Ucrânia. Foi diferente dos outros líderes que têm visitado este país, num corrupio de apoios. Sem rodeios, apoiou a integração da Ucrânia na União Europeia e à NATO, referindo que Portugal não faz ‘jogo duplo’ (em quem pensaria?). Pelo meio, ousou falar em ucraniano (o que ninguém tinha feito até hoje) e, entrou numa trincheira. Alguma dúvida que a presença de Portugal, representado por Marcelo, não foi marcante, eu diria ‘única’ na Ucrânia? Infelizmente, aqui pela nossa terra, existem muitos detratores, curiosamente mais de direita que de esquerda, que, ávidos de dizer mal, o parodiaram, incapazes de reconhecer a excelência que foi a sua representação. Quanto a esses e ao despeito que revelam, é para o lado que seguramente o Presidente Marcelo dorme melhor.

 

P.S.. – Queixam-se os empresários algarvios que haverá menos portugueses na região. As razões, na minha opinião, são simples: os preços escaldam, houve subidas inexplicáveis em muitos restaurantes e hotéis, seguramente a pensar no turista estrangeiro. Um exemplo comezinho e paradigmático: num café à beira-mar, pediram-me 5,25 euros por uma garrafa de água de 1,5 litros. Serão precisas mais explicações?