Polícia de Tigray atacou jornalistas que cobriam manifestação

Este ataque foi denunciado, esta sexta-feira, pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que descreveu também o intuito das autoridades locais de impedir o trabalho da imprensa na naquela região.

A polícia da região etíope de Tigray atacou três jornalistas que faziam a cobertura de uma manifestação da oposição.

Este ataque foi denunciado, esta sexta-feira, pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que descreveu também o intuito das autoridades locais de impedir o trabalho da imprensa na naquela região.

O repórter do Yabele, Teshager Tsigab, assim como os cofundadores e repórteres do Ayam, Mehari Kahsay e Mehari Selemon, revelaram ao CPJ que foram espancados e presos pela polícia do Tigray a 7 de setembro, em Mekele, capital desta região norte de Etiópia.

Isto aconteceu enquanto os jornalistas faziam a cobertura de uma manifestação da oposição local, algo que é proibido pelas autoridades regionais.

Os jornalistas adiantaram que foram libertados em 11 e 9 de setembro, respetivamente, sem qualquer acusação.

“O espancamento e a prisão destes três jornalistas dá uma mensagem assustadora de que as autoridades em Tigray se recusam a permitir que repórteres cubram questões críticas”, disse o chefe do CPJ para a África Subsaariana, Muthoki Mumo, através de um comunicado.

Os jornalistas revelaram que, enquanto filmavam os manifestantes, separadamente, homens fardados da polícia ordenaram-lhes que parassem e espancaram-nos com paus e cabos elétricos.

“A Administração Regional Provisória (IRA) de Tigray deve investigar este incidente, levar à justiça os agentes responsáveis e garantir que a imprensa possa relatar, sem represálias, as manifestações da oposição e as vozes dissidentes”, apelou a responsável da organização.