João Lourenço fala em ‘mão invisível’ interessada em desestabilizar África

Golpes de Estado, em particular no Sahel, ‘criam um terreno fértil para a subversão e para a fragilização das democracias recentes no nosso continente’.

A semana diplomática mais importante do ano está a decorrer na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, desde o passado dia 19, e estende-se até ao dia 23. Este ano, o principal órgão deliberativo da ONU, que reúne todos os Estados-membros, foca-se principalmente nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e na paz mundial.

«Cada vez ficamos mais convencidos da existência de uma mão invisível interessada na desestabilização do nosso continente, apenas preocupados com a expansão de sua esfera de influência, que sabemos não trazer as garantias necessárias para o desenvolvimento económico e social dos países africanos», afirmou na ocasião o chefe de Estado Angolano.

Num discurso em que enfatizou o papel das instituições internacionais em respostas aos grandes desafios globais tais como a recuperação da pandemia, a paz e a sustentabilidade, o Presidente da República de Angola mostrou preocupação com os recentes golpes de Estado no continente Africano, em particular no Sahel, advertindo que «criam um terreno fértil para a subversão e para a fragilização das democracias recentes no nosso continente».

Lourenço afirmou ainda: «Angola tem-se assumido como promotora do diálogo que, em nossa opinião, não se deve limitar aos espaços políticos e diplomáticos, mas abranger também um vasto leque de protagonistas, designadamente organizações da sociedade civil, empresas e indivíduos, cabendo um lugar de destaque à juventude, verdadeira força motora das transformações que almejamos para garantir o progresso das nossas nações».

A edição de 2023 fica marcada pela presença de um único líder dos países que formam o Conselho de Segurança permanente, o Presidente americano Joe Biden, e pela primeira ‘aparição’ do líder ucraniano Volodymyr Zelensky. França, Reino Unido, Rússia e China enviaram apenas representantes. Após as intervenções de todos os líderes, Guterres finalizou: «Agora é altura de trabalhar nas políticas, orçamentos e investimentos necessários para um mundo melhor, mais saudável, pacífico, sustentável e próspero».