A presidente do Banco Central Europeu (BCE) reiterou hoje que as taxas de juro na zona euro permanecerão num nível restritivo durante o tempo necessário para que a inflação caia para 2% a médio prazo.
Na abertura de uma conferência sobre política monetária organizada pelo BCE, Christine Lagarde, afirmou que as decisões sobre as taxas de juro dependem das perspetivas de inflação, da evolução da inflação subjacente – que exclui a energia e os alimentos por serem mais voláteis – , e da força com que as subidas das taxas chegam à economia real.
“Acreditamos agora que as taxas de juro diretoras do BCE atingiram níveis que, se forem mantidos durante um período suficientemente longo, contribuirão de forma substancial para que a inflação se aproxime atempadamente do nosso objetivo de médio prazo”, afirmou a presidente do BCE.
Em audição recente no Parlamento Europeu, Christine Lagarde, defendeu que “com base na avaliação atual” acredita que “existe um substancial para que a inflação volte a atingir o objetivo de 2% em tempo útil”, lembrando que essa é a missão do banco e insistiu na estabilidade dos preços.
A presidente do BCE adiantou que as decisões futuras do órgão a que preside “garantirão que as taxas de juro diretoras do BCE serão fixadas em níveis suficientemente restritos durante o tempo necessário”. Desde julho do ano passado, o BCE aumentou as suas taxas de juro em 450 pontos base para 4,50%, o ciclo de subida mais rápido da história da moeda única.
Nas previsões macroeconómicas divulgadas em meados de setembro, a Comissão Europeia reviu em baixa a previsão de inflação este ano na zona euro – para 5,6% – referindo que a apertada política monetária “está a funcionar”.
A taxa de inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de Covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda assim acima do objetivo de 2% fixado BCE para a estabilidade dos preços.