O fundador da Web Summit pediu, esta terça-feira, desculpa pelos comentários que levaram a um crescendo de críticas e pedido de boicote ao evento tecnológico.
Na segunda-feira, dezenas de empresas e fundos ameaçaram e chegaram a cancelar as suas participações na Websummit em reação às declarações de Paddy Cosgrave sobre o conflito entre Israel e o Hamas. Paddy Cosgrave – mentor da conferência – é acusado de apoiar terroristas por ter descrito as ações de Israel na faixa de Gaza como sendo “crimes de guerra”.
No pedido de desculpas divulgado esta terça-feira, Cosgrave diz condenar “sem reservas o maléfico, repugnante e monstruoso ataque de 7 de outubro do Hamas” e apela à libertação incondicional de todos os reféns. “Como pai, estou profundamente solidário com as famílias das vítimas deste ato terrível e lamento todas as vidas inocentes perdidas nesta e noutras guerras”, afirma.
“Apoio inequivocamente o direito de Israel a existir e a defender-se. Apoio inequivocamente a solução de dois Estados. Compreendo que o que disse, o momento em que o disse e a forma como foi apresentado tenha causado profunda mágoa a muitas pessoas. A todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas”, explicou o mentor da Websummit.
Paddy Cosgrave acrescentou ainda que, “tal como muitas outras figuras a nível mundial, também acredito que, ao defender-se, Israel deve aderir ao direito internacional e às Convenções de Genebra” uma convicção que se aplica a “qualquer Estado em qualquer guerra (…) é precisamente nos momentos mais escuros que devemos tentar manter os princípios que nos fazem civilizados”.