Esta terça-feira, mais de 800 funcionários da União Europeia (UE), criticaram a posição tomada e o apoio “descontrolado” que Ursula von der Leyen tem dado a Israel.
No documento, lê-se que todos aqueles que assinaram a carta, “dificilmente reconhecem os valores da UE”, sublinhando que “existe uma indiferença demonstrada pelas instituições, ao longo dos últimos dias, relativamente ao massacre dos civis na Faixa de Gaza e o desrespeito pelos direitos humanos e pelo direito humanitário internacional”.
Os assinantes do documento estão desapontados pela posição tomada pela Comissão Europeia pois, consideram o bloqueio da Ucrânia por parte da Rússia um ato de terror, e o bloqueio de Israel a Gaza é “completamente ignorado”.
“Se Israel não parar imediatamente, toda a Faixa de Gaza, e os seus habitantes, serão apagados do planeta” lê-se no documento.
Além do mais, os funcionários e diplomatas pedem à Presidente da Comissão Europeia que “junte os líderes de toda a União para um cessar-fogo e para a proteção de toda a vida civil” reiterando que esses valores fazem parte do “núcleo da existência da UE”.
Os signatários do documento defendem ainda que as “recentes ações e posições adotadas [pela Comissão Europeia], infelizmente, dão uma carta branca à aceleração e legitimidade de um crime de guerra na Faixa de Gaza”.
“Nos podíamos estar orgulhosos se a UE tivesse apelado a que, as hostilidades e a constante violência contra civis, cessasse imediatamente”, aponta o documento.
A Presidente da Comissão Europeia assegurou aos seus funcionários que está “24h por dia a tentar aliviar o sofrimento de todos aqueles afetados pelos ataques indiscriminados de terror”, e, em particular, a lutar pelo envio de ajuda humanitária a Gaza.
“Eu quero assegurar que a Europa estará sempre ao lado da humanidade e dos direitos humanos” sublinhou Ursula von der Leyen, numa mensagem publicada na “intranet” do site da Comissão Europeia.
A Presidente da Comissão Europeia admitiu ainda que “alguns de vós podem sentir-se inseguros”, especialmente depois dos Ataques na Bélgica e em França, ou mesmo “vulneráveis por serem quem são e por aquilo que acreditam”, contudo, prometeu que não vai deixar de lutar pelo alcance de uma “paz duradoura” no médio oriente.