Sindicato dos pilotos exige ao Governo transparência e ponderação na privatização da TAP

“Uma privatização bem-sucedida e transparente da TAP SA, que assegure objetivos estratégicos para Portugal, como a manutenção do hub de Lisboa, e que possa fazer da TAP um player ainda mais relevante da aviação mundial é o que o SPAC sempre tem defendido. Esperamos que seja isso que venha a acontecer”.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) voltar a apelar para haver transparência no processo de privatização da TAP, lembrando que “sempre viu com bons olhos”, esta operação. “Acreditamos numa privatização séria e transparente que beneficia e dinamiza tanto a empresa como o país. Infelizmente, os portugueses têm sido confrontados com uma tentativa de privatização opaca e apressada, capaz de pôr qualquer um a duvidar sobre as verdadeiras intenções por detrás de todo o processo”.

Este alerta surge depois de o primeiro-ministro ter garantindo, na segunda-feira, no Parlamento, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024 que, se o hub de Lisboa e a “função estratégica” da TAP não forem assegurados, a privatização da companhia aérea não avançará. António Costa afirmou ainda que o Governo já definiu “muito bem quais são os critérios relativamente à privatização da TAP”, sendo que o “último critério é mesmo o preço” e primeiro é a “preservação da importância estratégica” da empresa para a economia nacional e do hub de Lisboa. E daí: “A privatização ocorrerá no estrito respeito pela vocação estratégica da TAP”.

Declarações que levaram a estrutura sindical a referir que “já há algum tempo que o SPAC vem a alertar para os riscos de uma tal situação e, por isso, foi com esperança renovada que vimos o Presidente da República vetar o decreto-lei da privatização. A falta de transparência não pode continuar, e o mais alto responsável da República Portuguesa deixou isso bem claro”, referindo também que, “na mesma linha da argumentação apresentada pelo Senhor Presidente da República, dois outros responsáveis, ambos até há bem pouco tempo com responsabilidades no que à TAP diz respeito, vieram igualmente pronunciar-se sobre esta matéria”, referindo-se às declarações do ex-Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que tutelou a TAP entre 2019 e 2022, que referiu que a obrigatoriedade de vender a Empresa era uma falsa questão, pois tal nunca tinha sido imposto pela Comissão Europeia, assim como do ex-Presidente do conselho de administração da TAP entre 2017 e 2021, Miguel Frasquilho, que afirmou que seria sensato, em vez de apressar a privatização, esperar e consolidar os lucros que a Empresa está a ter com esta Administração, superando os objetivos inscritos no Plano de Reestruturação, aumentando o seu valor e, consequentemente o montante que o Estado poderá receber aquando da sua venda.

 “Uma privatização bem-sucedida e transparente da TAP SA, que assegure objetivos estratégicos para Portugal, como a manutenção do hub de Lisboa, e que possa fazer da TAP um player ainda mais relevante da aviação mundial é o que o SPAC sempre tem defendido. Esperamos que seja isso que venha a acontecer”.