A bolsa portuguesa está a recuar perto de 3%, enquanto que os índices das blue chips na Europa seguem de forma mista, com o DAX a subir cerca de 0,24% e o CAC 40 a recuar apenas 0,15%. Henrique Tomé, analista da XTB, lembra que a “instabilidade, quer seja económica ou política, tende sempre a afetar o desempenho dos mercados de capitais e desta vez não foi diferente”.
O analista recorda que o início desta sessão já estava a ser marcado por quedas na bolsa portuguesa, mas o sell-off intensificou-se após a notícia da demissão do primeiro-ministro. “As ações da Mota-Engil foram as primeiras a reagir ao comunicado e chegaram a desvalorizar mais de 6%, embora tenham conseguido recuperar mais tarde. No entanto, o fraco desempenho das empresas energéticas continua, uma vez que também estão a ser penalizadas pelas quedas no preço das matérias-primas energéticas. A Greenvolt e a GALP lideram as perdas no setor, desvalorizando mais de 3,85% e 5,07% respectivamente”, salientou.
No entanto, o mercado obrigacionista não parece ter reagido de forma tão volátil como a bolsa. No mercado secundário da dívida, as yields a 2 e a 10 recuam, mas seguem a média das yields na Europa esta sessão. “Ainda assim, a atual situação poderá trazer períodos de maior volatilidade nas yields, fazendo com que estas voltem a subir dada a atual instabilidade política que se pode vir a viver no país e o risco de perda de credibilidade nos mercados internacionais”, afirmou.