A sociedade de advogados Morais Leitão criou uma comissão independente para fazer uma “averiguação rigorosa dos factos” relacionados com os dois sócios arguidos na investigação do Ministério Público (MP) aos negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines.
A comissão será composta por três sócios e tem como objetivo “levantar toda a informação para esclarecimento dos factos”. De acordo com a sociedade de advogados, a comissão foi constituída de forma imediata após as buscas ao escritório por parte do MP e que constituiu como arguidos Rui Oliveira Neves e João Tiago Silveira.
A Morais Leitão promete “agir em conformidade caso a comissão apure na sua investigação interna alguma falha profissional dos dois advogados” e acrescenta que os resultados da averiguação serão apresentados ao conselho de administração e à mesa da assembleia geral da sociedade. Não foi definido um prazo para a conclusão da averiguação, mas os procedimentos internos sobre este caso estão a ser encarados com “a máxima urgência”.
Rui Oliveira Neves, que é também administrador da empresa Start Campus, foi detido na operação de terça-feira do MP, tal como o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, o CEO da Start Campus, Afonso Salema, e o consultor Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.
Já João Tiago Silveira confirmou, quarta-feira, que foi constituído arguido no âmbito do processo tornado público terça-feira. “Guardarei os meus comentários para a sede e momento próprios, se e quando me confrontarem com suspeitas e factos concretos”, referiu o antigo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e secretário de Estado da Justiça no Governo de José Sócrates.
Além destes nomes são ainda arguidos o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, e a empresa Start Campus.
Na investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e centro de dados de Sines, segundo Ministério Público (MP), podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.