O Estado Islâmico (EI) reivindicou um ataque à aldeia de Novo Cabo, na província moçambicana de Cabo Delgado, que matou “três cristãos” e incendiou pelo menos 14 casas. O grupo terrorista, nos seus canais de propaganda, declarou que o ataque à “aldeia cristã” aconteceu sexta-feira e que os “soldados do califado” usaram metralhadoras.
O atentado deu-se na cerimónia de preparação para um ritual de iniciação feminina previsto para domingo, com os terroristas a entrarem no acampamento, disparando rajadas de tiros.
De acordo com a informação local, citada pela agência Lusa, o ataque terá causado a morte de uma quarta pessoa.
Em setembro, o presidente de Moçambique reconheceu que o terrorismo que há seis anos afeta a província de Cabo Delgado, é uma “grave e nova ameaça à paz”, mas sublinhou não se tratar de um conflito religioso.
“Uma grave e nova ameaça à paz em Moçambique é o terrorismo, fenómeno que vem afetando o nosso país, mais concretamente a província de Cabo Delgado, desde outubro de 2017. A brutalidade com que os terroristas operam deixou claro que não se trata de um conflito religioso, mas de um fenómeno impulsionado por fatores como branqueamento de capitais, narcotráfico, delapidação de recursos minerais, entre outros tipos de crime”, afirmou Filipe Nyusi.
Em agosto, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique tinham anunciado ter abatido vários dirigentes do grupo terrorista , incluindo o líder, o moçambicano Bonomade Omar.
“Os terroristas já não se encontram nas vilas, desmantelámos as suas principais bases e passaram a atuar em defensiva e em pequenos grupos, protagonizando pequenos ataques esporádicos para saquear comida da população e perpetuar o terror. Com a melhoria da ordem e tranquilidade, as populações têm estado a retornar em massa para as suas zonas de origem, recomeçando a sua vida com normalidade”, referiu Filipe Nyusi.
Desde 2017, o conflito no norte de Moçambique fez mais de um milhão de deslocados e cerca de 4.000 mortes Os militares de Moçambique combatem o terrorismo em Cabo Delgado com o apoio do Ruanda e de uma missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral desde julho de 2021.