A Comissão Europeia está mais otimista que nas suas últimas previsões e acredita num excedente orçamental de 0,8% este ano em Portugal – valor que está linha com o Governo – e de 0,1% em 2024.
“Prevê-se que o saldo das administrações públicas de Portugal atinja um excedente de 0,8% do PIB em 2023, face ao défice de 0,3% do PIB em 2022”, lê-se nas previsões económicas de outono divulgadas esta quarta-feira, destacando, no entanto, que “o crescimento económico tem vindo a abrandar em 2023”.
Os responsáveis pelo relatório esperam que “o dinamismo na receita do Governo continue em 2023, apoiado por um mercado de trabalho robusto, aumentos salariais e a inflação ainda elevada”. E deixam o alerta de que o crescimento da despesa pública deverá ser “contido”.
“Espera-se que a receita do Governo desacelere, parcialmente impulsionada por medidas de política fiscal em impostos diretos, e pelo abrandamento económico previsto, juntamente com uma moderação na inflação”, refere o documento.
E avança ainda que o produto interno bruto (PIB) subirá 1,3% em 2024, menos que as projeções anteriores de 1,8%. Mas essa marca poderá ser atingida em 2025.
Já em relação à dívida pública, a Comissão Europeia está mais otimista que o Governo e prevê que não ficará abaixo de 100% do PIB. Para 2023 ficará nos 103,4%, em 2024 nos 100,3% e só em 2025 baixará dos 100%, ficando nos 97,2%.
No entanto, Bruxelas vê Portugal crescer menos que nas últimas previsões: 2,2% este ano e 1,3% no próximo. As previsões anteriores apontavam para crescimentos de 2,4% e 1,8%, respetivamente.
Ainda assim, Portugal deverá crescer acima da média europeia este ano e no próximo tendo em conta que Bruxelas estima que a zona euro cresça 0,6% em 2023 e 1,2% em 2024, enquanto a União Europeia deverá crescer 0,6% e 1,3% (a mesma percentagem de Portugal em 2024). Por países, Espanha, Grécia, Croácia, Malta vão crescer acima de Portugal.