Greve dos médicos. FNAM aponta adesão de 80 a 85%, mas ministério diz que foi de 26,7%

A FNAM planeia levar a questão a nível internacional, indo a Bruxelas para se reunir com eurodeputados e representantes do comissariado da saúde, procurando apoio e denunciando a situação da saúde em Portugal.

Os médicos estão a realizar uma greve de dois dias, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em busca de salários justos e condições de trabalho dignas no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A FNAM afirmou que a adesão à greve foi de 80 a 85%, resultando no cancelamento de milhares de cirurgias e consultas.

Por outro lado, o Ministério da Saúde indicou uma adesão máxima de 26,7%, segundo dados de diversas instituições. As taxas de adesão variaram regionalmente, com números como 36,4% na Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, 26,7% na ARS Centro, 18,4% em Lisboa e Vale do Tejo, 29,8% no Alentejo e 23,5% no Algarve.

A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, destacou que a greve foi uma resposta às políticas do Ministério da Saúde, acusando o governo de desrespeito pelos utentes do SNS. Enfatizou a falta de retorno às negociações e expressou preocupação com a situação dos médicos e do sistema de saúde.

A FNAM planeia levar a questão a nível internacional, indo a Bruxelas para se reunir com eurodeputados e representantes do comissariado da saúde, procurando apoio e denunciando a situação da saúde em Portugal. A federação exige do governo uma atualização salarial abrangente para os médicos, alegando que são mal remunerados em comparação com outros países europeus. As negociações iniciadas em 2022 não chegaram a um acordo, resultando em greves e recusas ao trabalho extraordinário por parte dos médicos.