O outubro de 2023 foi o segundo mais quente dos últimos 93 anos

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) notou, em outubro, “uma diminuição significativa” da situação de seca, devido à chuva que caiu a partir da segunda quinzena.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revelou, esta quarta-feira, que o mês de outubro de 2023 foi o segundo mais quente, em Portugal continental, nos últimos 93 anos, tendo-se verificado “uma diminuição significativa” da situação de seca, devido à chuva que caiu na segunda quinzena.

O boletim aponta que a temperatura máxima do ar registou o décimo valor mais alto desde 1931 e o quarto mais alto desde 2002, sendo que a temperatura mínima foi a segunda mais alta dos últimos 92 anos.

O IPMA afirma que “durante o mês verificaram-se dois períodos distintos, a primeira metade do mês foi caracterizada por valores muito altos da temperatura do ar, enquanto na segunda metade do mês os valores de temperatura foram em geral inferiores ao valor médio mensal”, acrescentando que, no período quente, registaram-se novos valores extremos de temperatura máxima em 26% das estações meteorológicas e da temperatura mínima em 18% das estações.

O documento sublinha ainda que ocorreu, no passado mês de outubro, uma onda de calor que abrangeu quase todo o território do continente.

De acordo com o boletim, outubro foi também o quarto mais chuvoso desde 1931, com um total de 219.3 litros por metro quadrado, o que corresponde a cerca de duas vezes o valor médio de 1981 a 2010.

O IPMA concretiza também que se verificou ocorrência de precipitação a partir do dia 13 de outubro até ao fim do mês, devido à passagem sucessiva de várias ondulações frontais, que acabaram por provocar chuva forte e persistente, tendo sido ultrapassados anteriores maiores valores diários de precipitação em cerca de 12% das estações e os totais mensais registados foram dos mais altos para outubro em várias estações do território.

O instituto meteorológico destaca o “aumento significativo dos valores de percentagem de água no solo em todo o território”, registando as regiões do Norte e Centro valores superiores a 80% em grande parte dos locais, a zona do vale do Tejo e Alto Alentejo valores entre os 40% e 80% enquanto o Baixo Alentejo e o Algarve têm “ainda alguns locais com valores inferiores a 20%”.

O IPMA indica ainda que no final de outubro verificou-se uma diminuição significativa da área e da intensidade da seca meteorológica em todo o território do continente.

No entanto, sustenta aquele organismo, “ainda se encontram em seca meteorológica alguns locais do Alentejo e do Algarve”.

O IPMA precisa que em 31 de outubro 13% do território de Portugal Continental estava em seca meteorológica fraca.