Esta quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que foi surpreendido pelos acontecimentos de 7 de novembro, quando o primeiro-ministro, António Costa, apresentou a sua demissão no seguimento de uma investigação na justiça.
À margem da celebração oficial dos 50 anos da Guiné-Bissau, o chefe de estado afirmou aos jornalistas que “se me perguntassem se, há quantos dias, já nem sei, no dia 6 [de novembro] – isto é tão rápido e tão intenso – eu imaginava que estaria onde estou hoje, eu diria que não”,
“Realmente, as circunstâncias ocorreram e ocorreram à intensidade que puderam testemunhar em direto. É evidente que a minha ideia era que a situação que se vivia no dia 6 se pudesse viver de uma forma mais prolongada no tempo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República refutou ter recebido qualquer sinal do que se ia suceder, sublinhando que não estava à espera desses acontecimentos. “Quando eu disse que fiquei surpreendido significa, naturalmente, que fiquei surpreendido. Portanto, uma pessoa que fica surpreendida quer dizer que não está à espera que isso aconteça” sustentou o chefe de Estado.
Questionado sobre o encontro que teve, no dia 7 de novembro, com a procuradora-geral da República, Lucília Gago, no Palácio de Belém, quem o suscitou e qual foi o intuito dessa audiência, o chefe de Estado respondeu: “O senhor primeiro-ministro já esclareceu que ele pediu para eu pedir o encontro à senhora procuradora-geral da República. Mais do que isso não posso dizer”.