O CDS-PP, liderado por Nuno Melo, acusa o Partido Socialista (PS) e o Governo, de tornarem o Orçamento de Estado num “documento panfletário e eleitoralista” sendo uma “imperdoável deslealdade democrática” e apelam ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que “trave o Governo Socialista”.
Numa nota enviada às redações, esta quarta-feira, o líder centrista explicou que “quando chamado a comentar a demissão do primeiro-ministro” defendeu a realização de eleições legislativas, “com caráter de urgência” que o futuro governo “potencialmente de centro-direita, não ficasse vinculado a um orçamento de Estado que traduzira as opções do PS”.
A outra razão pela qual o líder centrista defendeu eleições antecipadas, foi para que o “PS não pudesse transformar a proposta do orçamento do Estado, que já tornara pública, num documento panfletário e eleitoralista, fazendo campanha eleitoral à custa dos recursos públicos, pensando apenas nas eleições legislativas”.
“Com efeito, bastaram duas semanas para se confirmarem os piores cenários”, concluiu o Nuno Melo.
Para o CDS-PP, a aprovação, por parte dos socialistas, do fim do Imposto Único de Circulação (IUC) nos veículos matriculados antes de julho de 2007 e a actualização de carreiras na função pública, com um aumento salarial adicional de 52 euros ou 3%, em 2024, são “uma instrumentação escandalosa do orçamento do Estado, contra todas as posições públicas e políticas antes assumidas pelo PS”.
Deste modo, e porque “aquilo a que Portugal está a assistir é a uma perigosa distorção das normais regras democráticas”, o CDS-PP apela ao Presidente da República que “intervenha, reconduzindo a ação do governo aos limites que se espera, de um executivo em meras funções de gestão”.