Conteúdo patrocinado pelo Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China
O Presidente da China, Xi Jinping, participou na Cimeira Extraordinária dos Líderes dos BRICS sobre a Palestina e Israel, que se realizou por videoconferência na terça-feira (dia 21), ali fazendo uma intervenção na defesa de “um cessar-fogo e acabar com a guerra para alcançar uma paz e segurança duradouras”.
Xi Jinping referiu que esta cimeira é a primeira reunião de líderes após o alargamento dos BRICS, salientando que na situação atual, é oportuno e necessário que os países do BRICS levantem a voz da justiça e da paz sobre a questão israelo-palestiniana. Disse que a China está profundamente preocupada com o conflito em Gaza, que está a causar grande número de vítimas civis e um desastre humanitário, e mostra uma tendência crescente de alastramento. E acrescentou:
“Em primeiro lugar, é imperativo que todas as partes envolvidas no conflito adotem imediatamente um cessar-fogo, ponham termo a toda a violência e ataques contra civis e libertem os civis detidos, a fim de evitar um sofrimento humano mais grave. Em segundo lugar, devem manter corredores humanitários seguros e desimpedidos, prestar mais assistência humanitária à população de Gaza e pôr termo à punição coletiva da população de Gaza, que se traduz na deslocalização forçada e no corte de água, eletricidade e combustível. Em terceiro lugar, a comunidade internacional deve tomar medidas práticas para impedir que o conflito se expanda e afete a estabilidade de toda a região do Médio Oriente. Todas as partes devem pôr em prática as resoluções da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança da ONU”.
O Presidente chinês sublinhou depois que se chegou à atual situação israelo-palestiniana porque são há muito desrespeitados os direitos do povo palestiniano à criação de um Estado, à sobrevivência e ao retorno. Reafirmou que “a única forma viável de sair do ciclo do conflito israelo-palestiniano é implementar a Solução de Dois Estados, restaurar os direitos legítimos do povo palestiniano e estabelecer um Estado palestiniano independente”. E acrescentou:
“Sem uma solução justa para a questão da Palestina, não haverá paz e estabilidade duradouras no Médio Oriente. A China apela à convocação, o mais rapidamente possível, de uma conferência internacional de paz com maior autoridade, a fim de obter um consenso internacional sobre a promoção da paz e de uma solução rápida, abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana”.
Xi salientou que, desde a eclosão do mais recente conflito israelo-palestiniano, a China tem vindo a trabalhar ativamente para promover conversações de paz, insistindo num cessar-fogo, e que continuará a prestar assistência humanitária de emergência à Faixa de Gaza. Referiu depois que estando agora na Presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, a China continuará a esforçar-se para que sejam adotadas resoluções que apelem à extensão das pausas e dos corredores humanitários, à proteção dos civis e à prestação de assistência humanitária.
Xi sublinhou ainda que os BRICS são uma plataforma importante para os países de mercados emergentes e os países em desenvolvimento reforçarem a solidariedade e a cooperação e salvaguardarem interesses comuns.
A concluir a sua intervenção, saudou a África do Sul pelas contribuições importantes durante a atual presidência dos BRICS, e afirmou que a China está disposta a trabalhar com outros membros para apoiar o trabalho da Rússia durante a sua presidência no ano que vem, para que, em conjunto, abriam uma nova era da cooperação.
A cimeira foi presidida pelo Presidente Ramaphosa, da África do Sul, e contou com a presença do Presidente Lula, do Brasil, do Presidente Putin, da Rússia, do Príncipe Herdeiro Mohammed, da Arábia Saudita, do Presidente Sisi, do Egipto, do Presidente Leahy, do Irão, do Presidente Mohammed, dos Emirados Árabes Unidos, do Primeiro-Ministro Abiy, da Etiópia, e dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Índia e da Argentina.
Os dirigentes dos BRICS manifestaram a sua profunda preocupação com a situação na Palestina e em Israel, condenaram todos os actos de violência contra civis, salientaram a necessidade de proteger os civis em conformidade com o direito internacional humanitário, apelaram a uma trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada e à prestação de assistência humanitária, salientaram a resolução de litígios através do diálogo e apoiaram todos os esforços conducentes a uma resolução pacífica da crise. Apelaram à comunidade internacional para que apoie uma solução justa para a questão da Palestina e promova a concretização da “Solução dos Dois Estados” e a criação de um Estado palestiniano plenamente soberano e independente.