Rui Pinto foi esta quarta-feira condenado a seis meses de prisão, com pena suspensa, em França. O Tribunal Judiciário de Paris considerou o português que esteve na origem do processo Football Leaks culpado de aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.
O juiz concordou com a pena pedida pelo Ministério Público francês, durante uma audiência preliminar de admissão de culpabilidade, que também foi aceite por Rui Pinto. “Aceito os factos de que sou acusado. Não encontro razão para prolongar mais o julgamento. Já estou há cinco anos envolvido em burocracia judicial em Portugal por factos que podem ser semelhantes àqueles pelos quais estou aqui presente”, afirmou o responsável pela divulgação de informação privada que abalou os alicerces do futebol mundial.
Rui Pinto, 35 anos, foi condenado por aceder e extrair dados de forma ilegal das caixas de correio eletrónico do diretor financeiro do PSG, do diretor-geral adjunto e de um assistente de gestão do bicampeão francês, entre 2015 e 2019, a partir de França, Portugal e Hungria.
Além da pena de prisão, suspensa, Rui Pinto foi também condenado ao pagamento simbólico de um euro de indemnização ao clube no qual alinham os futebolistas internacionais portugueses Nuno Mendes, Danilo, Vitinha e Gonçalo Ramos.
Na leitura do acórdão, no Juízo Central Criminal de Lisboa, do julgamento do processo Football Leaks, a 11 de setembro, Rui Pinto tinha sido condenado a quatro anos de prisão, também com pena suspensa.
O principal arguido do caso foi condenado pela prática de um crime de extorsão na forma tentada, três de violação de correspondência agravado e cinco de acesso ilegítimo. As restantes acusações caíram pela aplicação da lei da amnistia no âmbito da vinda do Papa a Portugal e por falta de provas.