O ator português Nuno Lopes, conhecido além fronteiras pelo seu trabalho, foi recentemente acusado por A.M. Lukas de a ter drogado e violado em 2006, depois de se conhecerem no Festival de Tribeca.
Recentemente, o seu amigo de longa data, Bruno Nogueira, comentou o caso no seu podcast “Isso Não se Diz”: “Esta semana que passou foi complicada porque, de repente, vi um amigo meu, de quem gosto muito, que é o Nuno Lopes, envolvido numa notícia que não queria ter visto”, começou por dizer o humorista e ator. “É daquelas coisas que ver o nome dele, a fotografia dele e aquela frase em baixo, aquela acusação de que ele é alvo, é uma notícia que em qualquer circunstância é sempre horrível de ver, ainda para mais quando se trata de um amigo”, continuou, frisando que este é um “tema é delicado”.
“Devo desde já alertar que não venho para aqui à procura de sangue (…) Não venho aqui nem provocar mais dor, nem defender ninguém. Venho simplesmente falar dos factos. Os factos é que há uma pessoa que está acusada de um crime”, afirmou, sublinhando que “todas as pessoas à volta de Nuno Lopes não têm que ter uma opinião pública sobre o assunto”porque não é um caso que esteja provado, nem pouco mais ou menos”.
“Portanto, estar a ter uma decisão sobre o assunto parece-me que é perigoso, da mesma maneira que me parece perigoso estar a assumir que qualquer pessoa que faça uma acusação está à procura só de dinheiro e só quer é visibilidade. Os dois extremos parecem-me muito perigosos”, admitiu o humorista que recordou o surgimento do movimento ‘MeToo’, reconhecendo a “importância” deste passo “para toda a gente”. No entanto, segundo Bruno Nogueira, “há sempre danos colaterais”.
“E os danos é que se por um lado se fez justiça em relação a muitos casos, e continuam-se a fazer, por outro lado houve muitas pessoas que tentaram – ao abrigo desse ‘MeToo’ – começar a cancelar e a fazer acusações a pessoas porque se estava numa fase em que era muito mais fácil acreditar do que desconfiar da acusação”, afirmou. E referiu que houve pessoas que “ficaram com o nome manchado” mesmo depois de saírem em liberdade porque “o contraditório é sempre mais ligeiro que a acusação”.
“Aquilo que acontece com o Nuno, acontece ao abrigo de uma lei muito especial que apareceu nos EUA em que, durante um ano, uma pessoa que tivesse uma acusação para fazer, mesmo que o caso já tivesse prescrito, podia fazer”, lembrou.
“Não me incomoda as pessoas terem uma opinião, incomoda-me a certeza com que as pessoas falam, para um lado ou para o outro”, comentou, referindo-se aos comentários que as pessoas têm feito nas redes sociais
“A pior coisa que podia fazer aqui neste podcast era dizer: ‘eu tenho a certeza absoluta que o Nuno não fez rigorosamente nada’. Porque ia soar esquisito. Tens a certeza absoluta mas como? Estavas lá há 17 anos? Estavas lá naquele encontro quando eles se conheceram ou quando ela diz que o conheceu? Não, portanto, eu não posso ter a certeza absoluta de rigorosamente nada. Mas o máximo que posso dizer é que nunca vou deixar de apoiar um amigo até prova em contrário”, disse. “Isto é diferente de estar a dizer que sei o que aconteceu naquele dia, não estou a dizer isso. O que estou a dizer é que o ‘plafond’ de amizade que tenho por uma pessoa não se esvazia por ela ser alvo de uma acusação que não está provada em nada”, acrescentou.
Além disso, Bruno Nogueira prometeu: “Se me disseram ‘mas agora está provado e ele foi julgado’. Falamos na altura. Mas da mesma maneira que falamos se disserem que está provado e percebeu-se que ele não fez nada. Falamos das duas maneira”, garantiu.