Há sinais que são péssimos para o bem-estar comum, mas campeiam em Portugal. Coisas simples que prejudicam o dia-a-dia de todos e que acabam por dar uma péssima imagem da cidade ou do país. Vejamos o que se passa com os caminhos-de-ferro. Na Linha de Cascais, e em tantas outras, as carruagens surgem pichadas de uma ponta à outra, há estações-gares que parecem saídas de um filme de terror, e os serviços de apoio ao cliente quase desapareceram como por magia. Desde bilheteiras fechadas, havendo apenas máquinas, muitas vezes avariadas, até casas de banho fora de serviço ou num estado deplorável. Ainda esta semana um amigo que, por razões de saúde, precisa de usar casas de banho com frequência me dava conta que na estação de Entrecampos, onde estava para apanhar o comboio para ir para o sul, esbarrou num letreiro anunciando que o horário de funcionamento do WC era das 8 às 18 horas. Como tinha ido apanhar o comboio das sete da manhã, viu-se obrigado a ir a um café das proximidades, onde fez alguma despesa para compensar os donos pelo uso das instalações. Faz algum sentido uma casa de banho de uma estação ferroviária só funcionar das 8 às 18?
A zona de Belém é outro dos exemplos. Sendo uma das áreas mais procuradas por turistas faz algum sentido quase não ter casas de banho públicas? Os restaurantes e cafés é que têm de desempenhar uma função que pertence ao Estado?
Muito se fala que os portugueses são grandes trabalhadores fora de Portugal, mas por cá foram ‘mordidos’ por algum mosquito para serem tão lentos? Colocar um pouco de alcatrão à volta de árvores e fazer uns riscos no chão para se cobrar mais uns estacionamentos na avenida António Augusto Aguiar justifica levar tanto tempo com obras para infernizar a vida das pessoas? Estranho. E o que dizer dos serviços de limpeza da cidade? Há alguma razão para em Oeiras tudo estar impecável e em Lisboa encontrarmos zonas cheias de lixo, como é o caso da avenida das Forças Armadas? E os ramos de árvores que ameaçam cair a todo o momento e não são cortados? É só ir à avenida Brasília e ver o que se passa. São pequenas coisas, mas que dão um ar de desmazelo incrível e prejudicam muitas pessoas.
No outro lado estão as obras que são feitas sem se saber qual o objetivo. Na minha zona, no bairro do Rego, a junta construiu, há anos, um enorme quiosque que nunca abriu. À sua volta havia mesas e bancos onde os mais velhos jogavam às cartas, mas onde agora nem se vê ninguém, pois a zona parece estar interdita! Qual a razão para se ter feito aquele mamarracho? Estranhas pequenas coisas da vida.
P. S. 1 O discurso de Luís Montenegro, e a aparição de Cavaco Silva, parece ter enervado muita gente, vendo-se o ódio estampado em algumas caras. Será que se vai decretar que em Portugal as pessoas só podem ser dos partidos à esquerda do PS?
P. S. 2. O slogan da campanha de José Luís Carneiro revela bem a sua ‘costela’ cristã. Por todos, para todos. Américo Aguiar deve ter gostado.
P. S. 3. A Fundação Champalimaud vai receber nos próximos dez anos 50 milhões de euros para investir na cura do cancro do pâncreas. O benemérito é o dono da marca Würth e demonstra como o dinheiro pode ser usado em causas nobres, desde que se o ganhe. Algo que aqueles e aquelas que têm tanto ódio no rosto abominam, pois sonham com uma sociedade igualitária de pobres, onde eles têm as regalias.