O bacalhau é o rei da mesa de ceia de Natal, mas tal como tem acontecido nos últimos anos, este vem novamente acompanhado por um aumento de preço. Já em 2022 tinha subida na ordem dos dois euros o quilo e a tendência mantém-se em 2023.
É certo que os preços variam e numa ronda feita pelo i é possível encontrar bacalhau graúdo 1.ª Noruega Seco a 10,89 euros/quilo, mas poderá descer para os 8,99 euros/quilo se for crescido 1.º Noruega. Mas se optar por asa branca subirá para 13,99 euros/quilo. Já se optar pelo graúdo 1.ª Islândia seco terá de gastar em média 13,99 euros por quilo. Um valor próximo se preferir comprar em lombos. Para outras carteiras fica o de cura amarela que, dificilmente, encontra a menos de 20 euros o quilo, podendo chegar aos 30.
Mas apesar destes preços, as empresas do setor esperam números “fortes” para este Natal. “Neste momento, o consumo está num bom nível, mas para explicarmos o agora temos que olhar para o que aconteceu desde agosto do ano passado, com a inflação e o aumento de preços dos alimentos. Foi muito difícil, mas agora vemos que o comércio está mais normal, mais estável”, afirmou o diretor do NSC para Portugal, Trond Rismo, em entrevista à Lusa. Segundo as estimativas da empresa, o consumo de bacalhau no mês de dezembro vai representar entre 25% a 30% do total.
Ouro líquido
Outra dor de cabeça será a compra do azeite que tem vindo a ver os seus preços a disparar. O litro do azeite custa agora quase 10 euros, tendo aumentado para quase o dobro em comparação com o ano passado, de acordo com a Deco Proteste.
A culpa é da chuva e do vento que prejudicaram a sua produção e logo os aumentos não se fizeram esperar. E não só. Nos últimos dez anos, o interesse no azeite português tem aumentado e já há vários produtores que o vendem para Espanha e Itália até porque recebem um valor mais alto. Feitas as contas, Portugal exporta cerca de 180 mil toneladas de azeite.
E face a estes preços “loucos”, a ASAE tem vindo a reforçar a sua atenção e nas últimas semanas levou a cabo várias ações de fiscalização e inspeção aos intervenientes na cadeia de valor do azeite, procurando identificar potenciais inconformidades sobre a autenticidade e qualidade do produto. Isto inclui detetar requisitos de rotulagem que possam induzir o consumidor em erro e também práticas de concorrência desleal. Só na semana passada apreendeu mais de 16 mil litros de azeite, num valor superior a 73 mil euros.
A tradição ainda é o que era
E a mesa de Natal não fica completa sem o tradicional Bolo-Rei. Reza a história que em 1870 terá sido trazido de França para Portugal pelo pasteleiro contratado para a lisboeta Confeitaria Nacional.
Aos poucos, outras pastelarias da cidade começaram também a fabricar o bolo-rei, originando várias versões diferentes e já há o concurso do “O Melhor Bolo-Rei de Portugal”. Este ano o vencedor foi a Padaria e Pastelaria Juvenal II de Valpaços.
Também aqui os preços diferem bastante. Se optar pelo Bolo-Rei da Confeitaria Nacional terá de pagar 24,90 euros por quilo, mas se optar por um comprado num hipermercado o valor desce para 8,48 euros o quilo. Já para quem não gosta de fruta no bolo, tem sempre a opção do Bolo Rainha.