O Comité de Ética do Banco Central Europeu BCE) concluiu que o governador do Banco de Portugal manteve a sua independência na forma como agiu no caso do convite feito pelo primeiro-ministro para o substituir.
“O Comité de Ética considera que Centeno não agiu de forma que comprometesse a sua independência como membro do Conselho do BCE nem prejudicou os interesses da União”, pode ler-se na resposta enviada, esta sexta-feira, pela presidente do BCE, Christine Lagarde, aos eurodeputados que a questionaram sobre o caso.
A missiva incluiu o parecer, assinado por Erkki Liikanen, que considera que o “Comité de Ética não encontrou qualquer indicação de que em algum momento o senhor [governador do Banco de Portugal, Mário] Centeno tenha manifestado ou confirmado a intenção de aceitar a sugestão do senhor [primeiro-ministro, António] Costa”.
O Comité de Ética do BCE revela também que a avaliação agora tornada pública “beneficiou de uma troca de impressões aprofundada e exaustiva com o Presidente da Comissão de Ética do Banco de Portugal”, que há um mês concluiu que Centeno “cumpriu os deveres gerais de conduta”, apesar de sublinhar que, “no plano objetivo, os desenvolvimentos político mediáticos subsequentes podem trazer danos à imagem do Banco de Portugal”.
Depois de anunciar a demissão do cargo de primeiro-ministro, António Costa convidou Mário Centeno para liderar um governo do Partido Socialista, de forma a evitar uma dissolução da Assembleia da República e eleições legislativas antecipadas. Mas o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeitou a solução.