Mais de 45 milhões de crianças africanas vão ter necessidades humanitárias em 2024

“As crianças não causam conflitos, mas são impotentes para os travar”, salientou Felicité Tchibinda, diretora regional da Unicef, para a África Ocidental e Central.

Em 2024, cerca de 46,7 milhões de crianças africanas, vão enfrentar necessidades humanitárias na África Ocidental e Central, maioritariamente devido a conflitos e insegurança, alertou, esta sexta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Num comunicado, divulgado esta sexta-feira, a Unicef apelou, à comunidade internacional, para reunir 1,89 mil milhões de dólares (cerca de 1,71 milhões de euros), para Ação Humanitária a Favor das Crianças (HAC), em 2024, que aumentaria a ajuda para 24,1 milhões de crianças, pouco mais de metade das que necessitarão apoio.

A diretora regional da Unicef, para a África Ocidental e Central, Felicité Tchibinda, citada no comunicado, explicou que a “África Ocidental e Central albergam um grande número de emergências gravemente subfinanciadas e algumas das crises humanitárias mais negligenciadas do mundo para as crianças”.

“As crianças não causam conflitos, mas são impotentes para os travar”, salientou a diretora.

Mais de um terço do financiamento necessário em 2024 destina-se a combater a subnutrição na região.

De acordo com a nota, os países do Sahel, são os mais afetados, com várias zonas do Burkina Faso, do Mali e do noroeste da Nigéria, a apresentarem níveis de emergência de magreza extrema infantil superiores a 15%, de acordo com o comunicado da Unicef.

A falta de financiamento continua a ser um grande obstáculo à resposta humanitária na região, frisou a Unicef.

Na região de Burkina Faso, que necessitava de cerca de 206 milhões de euros para necessidades humanitárias, apenas recebeu 11% de financiamento. Na República Democrática do Congo (RDCongo), o financiamento também foi apenas de 13%.