Na primeira sondagem sobre a intenção de voto dos portugueses nas próximas legislativas depois de conhecido o novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o PSD mantém-se na frente, mas agora apenas com um ponto de vantagem sobre o partido no poder – a diferença, no último estudo da Consulmark2 para o Nascer do SOL e Euronews, era de quatro pontos (depois de distribuídos de forma meramente aritmética os inquiridos ainda indecisos).
Este novo estudo, realizado entre o último domingo (ou seja, no dia seguinte à confirmação da eleição de Pedro Nuno Santos nas eleições diretas do PS) e quarta-feira, continua a apontar para uma clara maioria de direita no próximo hemiciclo e revela que uma coligação alargada do PSD com o CDS e a IL ficaria à beira da maioria absoluta.
Tendo afastado qualquer acordo com o Chega e assumido a estratégia de uma aliança pré-eleitoral com o CDS e independentes (que, nesta sondagem, soma mais votos do que os dois partidos em separado), Luís Montenegro deveria convidar Rui Rocha a propor aos liberais uma revisão da estratégia do partido de ir às urnas com listas próprias no dia 10 de março.
Com efeito, se o objetivo de sociais-democratas, centristas e liberais é afastar o PS do poder e criar uma alternativa sólida de governabilidade sem o Chega de André Ventura, só com uma coligação alargada e com listas conjuntas daquelas três forças políticas poderão atingir tais metas.
A sondagem continua a apontar a situação na Saúde e no Serviço Nacional de Saúde como a principal preocupação dos portugueses (53%), aparecendo agora a inflação e o custo de vida (38%) em segundo lugar, ultrapassando em relação ao primeiro estudo (publicado na edição do Nascer do SOL de 7 de dezembro) a habitação (relegada para terceiro lugar, com 28%). Já a falta de apoios sociais, que ocupava a quinta posição, deixou claramente de ser uma prioridade para o eleitorado (baixou de 14% para 4% e caiu para a última posição do top 10 dos problemas do país). Em sentido inverso, o fraco desenvolvimento económico e os casos de corrupção sobem naquela lista.
Curiosamente, e apesar de o PSD aparecer à frente nas intenções de voto, a maioria dos portugueses considera que o mais provável é que o PS saia vencedor (com maioria relativa) das eleições de 10 de março.
Acordo do PSD com o Chega igual a nova geringonça do PS com PCP e BE
A maioria do eleitorado não é favorável à existência de acordos de Governo ou parlamentares com os partidos dos extremos – seja da extrema-direita (com o Chega), seja da extrema-esquerda (com o PCP e o BE), segundo o estudo da Consulmark2 para o Nascer do SOL e a Euronews.
Com efeito, e ao contrário do que Pedro Nuno Santos tem vindo a afirmar desde a campanha para as diretas no PS, para o eleitorado não há diferenças substanciais entre o partido de André Ventura e as forças políticas lideradas por Paulo Raimundo e Mariana Mortágua.
E em qualquer dos cenários de maioria relativa que possa sair das eleições de 10 de março, a preferência dos inquiridos vai claramente no sentido de PS e PSD viabilizarem um Governo minoritário do partido que sair vencedor em vez de optarem por entendimentos com a extrema-esquerda (no caso de vir a verificar-se uma maioria de esquerda no Parlamento) ou de extrema-direita (no caso de o hemiciclo ficar com uma maioria de direita).
Ficha Técnica
Estudo de opinião sobre a atual situação social e política em Portugal, realizada pela Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para o jornal Nascer do SOL. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 803 entrevistas efetivas: 384 homens e 419 mulheres; 73 entre os 18 e os 24 anos, 106 entre os 25 e os 34 anos, 128 entre os 35 e os 44 anos, 275 entre os 45 e os 64 anos e 221 para os 65 e mais anos; Norte 282, Centro 179, A. M. Lisboa 219, Alentejo 57, Algarve 32, R. A. Açores 17 e R. A. Madeira 17. Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI). O trabalho de campo decorreu entre 17 e 20 de dezembro de 2023. Taxa de resposta: 51,2%. O erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou – 3,5%. Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa.