O produto interno bruto (PIB) de Portugal deverá crescer 1,3% em 2024, segundo as projeções da Allianz Trade, acionista da COSEC- Companhia de Seguro de Crédito, um valor que representa “uma ligeira revisão em alta face à anterior estimativa”. Já no ano seguinte, em 2025, a economia portuguesa deverá registar uma expansão de 2,3%. “Em ambos os casos, a evolução económica portuguesa deverá ficar acima da média da Zona Euro”, refere a Allianz Trade.
Já as estimativas para o PIB da Zona Euro apontam para um crescimento de 0,8% em 2024 e de 1,7% em 2025. Os economistas da Allianz admitem “que, após um período de estagnação económica, a Zona Euro poderá começar a recuperar no segundo semestre de 2024, fruto de um desagravamento de algumas condições económicas”, acrescentando que, por outro lado, “o aperto monetário por parte do Banco Central Europeu deverá tornar-se menos agressivo, o que facilitará as condições financeiras”. E que, a crise energética, “que tem sido um entrave ao desenvolvimento da indústria europeia devido aos elevados preços da eletricidade – está a dar sinais de alívio”.
Olhando para as principais economias do bloco da moeda única, e os principais parceiros comerciais de Portugal, as projeções da Allianz Trade apontam para um crescimento económico da Alemanha de 0,5% em 2024 e de 1,7% em 2025. A França deverá ver o seu PIB avançar 0,7% em 2024 e 1,5% no ano seguinte. Já a Espanha deverá crescer 1,5% em 2024 e 2,2% em 1,8% no ano seguinte.
Mas os especialistas da Allianz deixam um alerta: “O ano de 2024 será marcado por alguma incerteza económica, fruto do calendário eleitoral” uma vez que os países que representam 60% do PIB mundial vão ser chamados às urnas. “Além de Portugal, na Europa, Finlândia, Croácia e Rússia vão ter também eleições no primeiro trimestre. No segundo trimestre, realizam-se as eleições para o parlamento europeu. E, no último trimestre, Reino Unido, Estados Unidos, Lituânia e Roménia são alguns dos países cujos cidadãos vão ser chamados às urnas”, recordam.
Tendo em conta este contexto, os economistas acreditam “que a tónica que marcará famílias e empresas é de alguma cautela, optando por adiar alguns dos grandes investimentos que poderiam estar na calha até o cenário económico e político ser mais claro”.
Já a economia mundial deverá, ainda assim, avançar 2,4% em 2024 e 2,8% no ano seguinte. “A maior economia do globo, os EUA, deve registar um crescimento do PIB de 1,4% em 2024 e de 1,9% em 2025. Quanto à China, a segunda maior economia do mundo, o crescimento económico deverá situar-se nos 4,6% em 2024 e nos 4,2% em 2025”, lê-se na nota da Allianz Trade.
No que diz respeito à inflação, a empresa diz que “tem estado em níveis elevados tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos”, lembrando que os bancos centrais têm como meta que a inflação se situe em torno dos 2%. “E 2024 deverá ser um ano em que as economias já começam a dar sinais mais concretos de aproximação a esse objetivo”. Os economistas da Allianz defendem “que o índice de preços no consumidor continuará a sua trajetória em direção à normalização, mas que os bancos centrais deverão, ainda assim, manter uma postura cautelosa, aguardando por sinais concretos”.
No entanto, os especialistas apontam que a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) “deverá começar o seu ciclo de flexibilização em junho de 2024, com um corte nos juros de cerca de 25 pontos base”. E no que diz respeito à Zona Euro, o Banco Central Europeu (BCE) “deverá atuar no mesmo sentido em julho”. Quanto ao Banco de Inglaterra, “a descida dos juros deverá ter lugar em setembro”.
No que diz respeito à inflação em cada economia, estima que Portugal deverá fechar o ano de 2024 com uma taxa de 2,4% e de 1,8% no ano seguinte. A média da Zona Euro deverá ser de 2,5% em 2024, abrandando para 2,1% em 2025. Entre as grandes economias do euro, a Alemanha deverá registar uma taxa de inflação de 2,6% em 2024 e de 2,2% em 2025. A França deverá fechar 2024 com uma inflação de 1,8% em 2024 e de 2% em 2025.