Alexandre Fonseca sai da Altice depois de as duas partes terem chegado a acordo. O até aqui co-CEO do grupo a nível internacional e ex-CEO da Altice Portugal tinha decidido em julho suspender funções executivas e não-executivas na empresa, incluindo no mercado português, na sequência das buscas a vários responsáveis da empresa que conduziram à detenção do cofundador Armando Pereira. Na altura, a operadora justificou a decisão com o objectivo de “proteger os interesses do grupo”.
O facto de a saída de Alexandre Fonseca da Altice ter sido por mútuo acordo pressupõe que a auditoria interna entretanto realizada não tenha apresentado conclusões que comprometessem o gestor.
“Venho comunicar que eu e o grupo Altice concretizámos um acordo que põe termo a uma relação de mais de uma década, na qual coloquei toda a minha entrega e dedicação e a quem prestei profunda colaboração. Seguir-se-á uma nova fase com novos desafios”, disse o gestor esta manhã nas redes sociais.
Alexandre Fonseca quando chegou à Altice Portugal, a empresa estava a perder cerca de 200 mil clientes líquidos por ano, as receitas caíam na ordem dos 5% e o EBITDA em 4%. A operadora ocupava o segundo lugar atrás da NOS, a satisfação dos clientes era reduzida, a marca Altice tinha má reputação e havia confusão entre as marcas PT, Altice e Meo. Também o negócio Altice Labs estava estagnado a assista-se a manifestações por parte dos trabalhadores, em julho 2017.
Também a empresa confirmou esta saída: “A Altice Portugal confirma que o Grupo Altice chegou a acordo com Alexandre Fonseca, cessando o vínculo laboral que mantinha, bem como todas as funções executivas e não executivas que desempenhava.”
Em 2022 quando foi promovido a CEO do grupo passou-se a assistir a um crescimento líquido de clientes (cerca de 30 mil por ano) e a um reforço da quota de mercado (mais de 50% de todos os novos clientes em Portugal eram ganhos pela Altice Portugal).
Também as receitas cresceram 11% ao ano, o EBITDA em 5% e o investimento rondou os 500 milhões por ano, dos quais cerca de 15% em inovação sendo quem mais investiu em I&D em Portugal por 5 anos consecutivos.
A operadora passou a ser líder em todos os serviços, entrou em novos negócios (como a energia, serviços financeiros, bilhética, etc.) As relações laborais estabilizaram com a criação da “família” Altice e com a criação de mais de dois mil postos de trabalho distribuídos pelo país, além do aumento do headcount do grupo em Portugal, com internalização de recursos INTELCIA, TNORD, SUDTEL, totalizando quase 15 mil pessoas diretas, a que se juntaram outras indirectas (face aos 11 mil colaboradores diretos que existia em 2015).
Também a Altice Labs encontrou-se em expansão e crescimento (volume negócios, margem e países), com criação de Labs am vários pontos do país, assim como a marca Altice Portugal passou a ser reconhecida, valorizada e respeitada no país.
Sob a liderança de Alexandre Fonseca assistiu-se um forte investimento e presença em todo o país, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e Açores. Por outro lado, a equipa de Liderança ficou reconhecida dentro e fora da empresa.
Foi ainda na sua gestão que foi criada a Fast Fiber, empresa que comprou a rede de fibra ótica, e foi concretizada a venda das torres à CELNEX, um negócio bastante valorizado no mercado.