António Costa, no seu dia de despedida, começou por saudar Pedro Nuno Santos, no seu discurso durante a noite desta sexta-feira, primeira noite do congresso do Partido Socialista (PS).
O primeiro-ministro demissionário agradece “do fundo do coração, todas as felicidades do mundo. Você merece, Pedro Nuno! Força, vamos em frente, vamos ganhar as próximas eleições”.
Costa continua dizendo que, com as eleições internas, o PS honrou “história de pluralidade” do partido, com uma eleição “participada” e deixa uma saudação a José Luís Carneiro.
“PS não é um partido qualquer na sociedade portuguesa, e representa amplo espaço político da esquerda e do centro que só tem representação no PS”, frisa. “PS está hoje unido em torno de Pedro Nuno Santos, um partido que demonstra vitalidade, que no ano em que celebra 50 anos passa testemunho a nova geração”, garante.
Ainda sobre o Pedro Nuno Santos, Costa diz que este “nasceu depois da fundação do PS e vai ser o primeiro primeiro-ministro que nasceu depois da revolução de Abril”, diz, rematando: “Aqui está para dar continuidade a esta história que tem muito futuro”.
“O PS é maior do que a soma de todos nós, um partido com uma longa história, com uma identidade muito clara que todos os portugueses conhecem”, atira. “Somos um partido que tem uma relação afetiva única com os portugueses”.
“Aqueles que dizem que somos o partido da mãozinha… Fomos a ponte de união. Onde houve um excluído fomos solidários”, prossegue, garantindo que o PS “nunca faltou” a Portugal nos momentos difíceis.
É com o Partido Socialista, diz ainda o PS, que se pode “inovar, ousar e rasgar novos horizontes”. O mesmo PS “que em 2015 assinou acordos com PCP, Bloco e PEV foi o mesmo que lutou nas ruas para combater” a ditadura”.
“Derrubámos esses muros e não deixaremos voltar a erguer esses muros. Criámos nova oportunidade de governação à esquerda e muros nunca voltarão a existir”, continua.
O Diabo? “Não veio!”
A luta climática está na lente dos socialistas. Costa relembra que Portugal foi o “primeiro país no mundo a assumir compromisso de neutralidade carbónica em 2050 e primeiro a antecipar para 2048”.
“Não é só termos eliminado cortes e termos hoje dívida menor. É simultaneamente eliminar cortes, aumentar pensões, aumentar salários e investimento público, e ao mesmo tempo diminuir défice e dívida”, diz o primeiro-ministro demissionário, e atira: “O diabo não veio, não veio, e não veio!”.
Costa não têm dúvidas que “é possível fazer melhor, mas há uma coisa de que podem estar certos: só o PS fará melhor do que o PS”.
Primeiro-ministro aproveitou para agradecer ter sido secretário-geral do PS, feito que lhe deu uma “enorme honra”. Nos bons momentos e nos maus momentos, António Costa frisa ainda que partido lhe deu “sempre apoio”.
“Estou certo de que apoio que me deram é o apoio que vão dar a Pedro Nuno Santos”, sublinha.
António Costa destaca ainda alguns dos seus grandes soldados, como Duarte Cordeiro e Ana Catarina Mendes, Mariana Vieira da Silva e Maria Manuel Leitão Marques. E por fim, mas não menos importante, agradece à sua mulher, Fernanda Tadeu, que “merecia ser militante honorária do PS ou até da JS”.
“Podem-me ter derrubado, mas não me derrotaram. Podem ter derrubado o Governo, mas não derrotaram o PS, que está aqui forte e vivo. Vamos prontos para a luta e preparados para vencer”, remata, sempre acompanhados de aplausos.