PCP e BE consideraram este domingo que o congresso do PS denota uma “linha de continuidade” da nova liderança socialista com o Governo de maioria absoluta. PSD criticou discurso do novo secretário-geral, IL e CDS-PP estão convictos de uma viragem nas legislativas de março.
No final do 24.º Congresso Nacional do PS, Ricardo Costa, da Comissão Política do Comité Central do PCP, defendeu que o congresso e o discurso do seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos, denotam “uma linha de continuidade” com as políticas dos últimos dois anos.
Para o PCP, essas políticas “não resolvem os problemas do país” e é necessária uma “alternativa política que responda à questão dos salários, do aumento das pensões, do combate ao aumento do custo de vida, às questões da habitação e da defesa do SNS”.
Pelo BE, o dirigente Luís Fazenda também considerou que o congresso socialista sublinhou “a continuidade do legado do Governo da maioria absoluta”, que disse ser “bastante negativo” em áreas como a saúde, a educação ou a habitação.
“São necessárias políticas que façam ruturas com o legado do Governo anterior. (…) Há um campo enorme para essa rutura e para novas políticas à esquerda”, disse Luís Fazenda.
“Foram oito anos de uma enorme insensibilidade e de um país irrealista, e foi isso que assistimos neste discurso hoje de Pedro Nuno Santos. O discurso do PS é um discurso do país que não existe”, acusou por seu lado o vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz.
Miguel Pinto Luz defendeu que “lá fora os portugueses não se identificam com este país”, e considerou que o discurso de Pedro Nuno Santos, que foi ministro no governo de António Costa, constituiu-se como “a assunção de que oito anos falharam, e que é preciso fazer mais”.
Já o líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) considerou que em grande parte do discurso de Pedro Nuno Santos pareceu que o antigo governante “não tinha qualquer responsabilidade na situação do país”.
“É necessário fazer reformas sérias e o PS não faz porque é um partido imobilista. Dia 10 de março abre-se uma nova janela de oportunidade. Os portugueses têm que ter esperança que é preciso algo diferente”, apelou Rodrigo Saraiva.
Também o dirigente do CDS-PP José Manuel Rodrigues se mostrou convicto de uma viragem. “Julgo que os portugueses fecharão este ciclo político e abrirão um outro em que terão uma aposta na AD, numa aliança que permita ter um projeto para o país, com mais ambição, com mais crescimento económico e com mais coesão social”, considerou.
Pelo PAN, o dirigente Pedro Fidalgo Marques considerou que “ficou claro” que o partido “falta para colocar as causas ao centro”, ambicionando eleger um grupo parlamentar em março, enquanto a dirigente do Livre Isabel Mendes Lopes referiu que, no seu discurso, Pedro Nuno Santos falou na “necessidade de Portugal reinventar a sua economia”, salientando que o seu partido concorda, mas que tal só será possível com “uma maioria de esquerda, alargada, plural, que trabalhe em conjunto numa visão para o país”.