O secretário-geral do PS defendeu este domingo o desígnio nacional como base de política económica, com a seleção por parte do Estado de quais os projetos que devem ser apoiados.
“Devemos assumir um desígnio nacional para a próxima década: selecionar um número mais limitado de áreas estratégicas onde concentrar os apoios durante uma década(…) E, para isso, vamos querer escolher, com os agentes económicos, a academia e o país, as áreas estratégicas para desenvolver na próxima década”, disse Pedro Nuno Santos no discurso de encerramento do 24º Congresso Nacional do PS.
O secretário-geral afirmou ser preciso “alterar o perfil de especialização” da economia portuguesa e assumiu-o como a “primeira e principal missão”.
“Só com uma economia mais sofisticada, diversificada e complexa podemos produzir com maior valor acrescentado, pagar melhores salários e gerar as receitas para financiar um Estado Social avançado”, defendeu, afirmando que o Estado tem de fazer “fazer escolhas”.
“É tempo de ser claro e de fazer escolhas, porque governar é escolher: só conseguiremos transformar a economia com mais dinheiro para menos setores”, disse o líder socialista.
A proposta do novo líder do PS é que a política económica continue a apoiar a formação, a inovação e a internacionalização das empresas “que apresentem bons projetos, independentemente do setor onde se insiram”.
O candidato a primeiro-ministro acrescentou a necessidade de “desburocratização” do investimento, um programa de capitalização para as empresas, “que promova o acesso a formas alternativas ao financiamento bancário” e também um programa de apoios à internacionalização, para que haja mais empresas portuguesas com presença internacional.
No seu discurso, Pedro Nuno Santos propôs ainda o aumento do salário mínimo nacional para 1.000 euros em 2028. “O governo atual havia definido como meta o aumento do salário mínimo nacional dos atuais 820, em 2015 eram 505, para 900 euros até 2026. Nós propomos que, no final da próxima legislatura, em 2028, o salário mínimo atinja, pelo menos, os 1.000 euros”, anunciou.
Pedro Nuno Santos venceu com 61% dos votos as eleições diretas internas no PS e para este Congresso, a candidatura do novo secretário-geral elegeu quase 70% dos cerca de 1.400 delegados.
Este processo eleitoral foi aberto com a demissão de António Costa de primeiro-ministro, a 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do chefe de Governo e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.