Escassez de medicamentos na Venezuela

A ONG adianta que nos últimos anos emigraram sete milhões de venezuelanos em idade ativa, o que fez “aumentar o envelhecimento da população e a sua taxa de dependência”,

A Venezuela enfrenta escassez de medicamentos para tratar diabetes, infeções respiratórias e convulsões, entre outras doenças. O alerta chegou esta segunda-feira pela organização não governamental (ONG) Convite Pela Saúde, que monitoriza o acesso a fármacos no país.

O relatório Monitorização do Índice de Escassez de Medicamentos Essenciais, divulgado esta segunda-feira pela ONG, indica que em novembro o indicador global de escassez foi de 26,2%.

“A diabetes (34,4% de escassez), as infeções respiratórias agudas (33,8%) e as convulsões (28,9%) continuam a ser as três causas de morbilidade com mais elevados índices de escassez de medicamentos”, explica o relatório.

O relatório refere ainda que em paralelo à falta ou dificuldades para fazer a reposição de “medicamentos de alto custo” para tratamentos clínicos completos, há um mercado de medicamentos falsificados, principalmente nas regiões fronteiriças do país.

Essa situação levou o Instituto Nacional de Higiene Rafael Range a emitir uma alerta sanitária para combater a comercialização de produtos impróprios para consumo humano, entre eles o Erbitux (cetuximab) e a albumina humana.

“Sobre medicamentos importados da Índia, que são adquiridos pelo Governo [venezuelano], Tito López [presidente da Câmara da Indústria Farmacêutica da Venezuela], explicou que a sua organização trabalha para determinar a sua eficácia”, refere a ONG.

A ONG adianta que nos últimos anos emigraram sete milhões de venezuelanos em idade ativa, o que fez “aumentar o envelhecimento da população e a sua taxa de dependência”, com uma maioria dos agregados familiares agora dirigidos por mulheres e “em situação de pobreza”.