André Ventura concluiu, este domingo, a 6.ª Convenção do Chega com um discurso virado para os militantes, começando por agradecer quem esteve no “maior” congresso de 2024.
O líder do partido, que foi, no sábado, reeleito como presidente do partido com 98,9% dos votos, afirma que o Chega é um “partido aberto e não deve fechar as portas àqueles que o procuram”, referindo-se, e deixando uma palavra de agradecimento, às “centenas e milhares de pessoas que vieram do PSD e CDS”, dado exemplo do Henrique de Freitas (ex-PSD), Nuno Simões de Melo (ex-IL) e António Pinto Pereira.
“Muitos se juntarão, porque sabem que este é o caminho para derrotar o socialismo em Portugal”, continua André Ventura. “Nunca vendemos a nossa identidade, porque ela própria do nosso património, mas também sabemos que precisamos de muitos.”
Depois, citando Sá Carneiro, diz a “frase que nunca esqueceremos: ‘Não posso, porque não tenho esse direito, calar-me perante a injustiça’”.
Depois, dirigindo-se a Pedro Nuno Santos, Ventura acusa-o de se ter “vindo meter” no protesto das forças de segurança. “Num país onde um ministro se engana nos salários dos polícias, onde há esquadras em que entram água e polícias se suicidam a ritmo assustador devíamos prestar homenagem em vez de fazer propaganda.”
Ainda continuando o seu discurso focado nas forças de segurança, o líder do partido de extrema-direita acrescenta que as opções de Governo apenas serviram para “desautorizar a polícia e dizer que este é um país onde é melhor ser-se bandido do que polícia”.
Em resposta a Pedro Nuno, que hoje de manhã disse que o congresso do Chega era um congresso de “mentira da manipulação”, Ventura deixa claro: “Que autoridade tem um homem que governava por WhatsApp e que fazia negociatas com o BE e o PCP para comprar ações do CTT e que acordou um dia a decidir a localização do aeroporto para ser desmentido pelo António Costa.
“Mentira e manipulação cabem como uma luva no PS”, remata, acrescentando que a queda do PS “é a queda de um vírus que se espalha na sociedade portuguesa mais do que se espalhou a Covid-19”.
Portugal “deixa fugir 20 mil milhões por ano em corrupção e prefere continuar a não discutir isto”, continua o líder do partido. “Saiu Sócrates e anos depois veio António Costa, agora Pedro Nuno Santos. E chamam-nos a nós fascistas e radicais, não há moderação que impere no meu coração exceto para dizer que sou absolutamente radical contra a corrupção”, frisa.
Políticos condenados por corrupção? Fora da política
André Ventura anuncia que o Chega com maior representação parlamentar irá propor que “todos os políticos condenados por corrupção fiquem para sempre impedidos de exercer cargos políticos”.
“Ministros e secretários de estado que tenham negócios com empresas que nunca mais poderão ir trabalhar para essas empresas. Não quero um país em que quem está numa autarquia e ajudica um serviço público vá dois anos depois trabalhar para a empresa que adjudicou. Isto é uma vergonha que nos devia envergonhar a todos”, diz ainda o líder do Chega.
Depois, voltando mais o seu discurso a Pedro Nuno Santos, André Ventura acusa do secretário-geral do PS de o contradizer. “Vimos novamente Costa a exaltar-se com um professor, está-lhes no sangue. Não querem que os professores não andem atrás deles a confontarem. Nós temos de ser essa voz, porque o PS e o PSD deixaram de ser a voz”, diz ainda.
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